
Quem
melhor explicou o valor das imagens foi São João Damasceno no século
VIII. Ele foi o campeão contra a heresia iconoclasta, defendendo
ardorosamente, e com argumentos incontestáveis, as representações de
Cristo, Maria, Anjos e Santos.
Argumentava
inclusive que o próprio homem foi criado à imagem de Deus e é por isso
que se deve amar o próximo. Lembrava as sábias palavras de São Basílio,
bispo de Cesaréia, que dizia: a veneração prestada à imagem transita
para o protótipo, isto é, para aquele que é representado na imagem, e a
partir do qual esta tira a sua forma. Ressaltava a importância sobretudo
do Crucifixo: “Muitas vezes, sem dúvida, quando não temos a paixão do
Senhor no espírito e vemos a imagem da crucificação de Cristo,
lembramo-nos dessa mesma paixão e prostramo-nos em adoração, não ao
material, mas àquilo de que ele é, imagem; da mesma maneira também não
prestamos culto ao material do Evangelho nem ao da Cruz, mas ao que por
eles é expresso”.

No
que tange a Nossa Senhora, Anjos e Santos, presta-se o culto de
veneração, por serem eles criaturas de Deus. No livro do Êxodo, como no
do Deuteronômio (Ex 20,4; Dt 7,5) a proibição de imagens se refere à
representação dos falsos deuses. Tanto isto é verdade que Deus mandou
Moisés providenciar a imagem de uma serpente de bronze à qual o próprio
Jesus se referiu como símbolo do Filho do Homem levantado na cruz (Jo
3,145 ss). A Moisés também mandou Deus fazer dois querubins para
cobrirem o propiciatório (Ex 25,18 ss) e Salomão ordenou que se fizessem
querubins e outras figuras, como leões e bois, no templo de Jerusalém
(1 Reis 7,29).
Há
que se distinguir imagem e ídolo. Imagem não é o mesmo que ídolo.
Chama-se ídolo a uma imagem falsa, um simulacro a que se atribui vida
própria, conforme explica o profeta Habacuc (2, 18). Eis o que
claramente mostra Habacuc, dizendo: "Ai daquele que diz ao pau: acorda, e
à pedra muda: desperta" (Habc 2, 19). A Bíblia narra no livro de Josué:
"Josué prostrou-se com o rosto em terra diante da arca do Senhor, e
assim permaneceu até à tarde, imitando-o todos os anciãos de Israel"
(Jos 7, 6).
É evidente que não foram então idólatras Josué e os anciãos de Israel. Em todo decurso da História as imagens tiveram seus inimigos fortuitos. A imagem é uma lembrança que se torna fonte de graças por tudo que ela recorda a respeito do Redentor e das virtudes dos seus seguidores e servos fiéis. Os artistas, desde o início do cristianismo, se inspiraram nos temas bíblicos e na existência dos epígonos de Jesus para retratarem as cenas que através dos séculos embevecem as almas nobres e piedosas. As imagens são um meio e não um fim em si. Aristóteles, sábio filósofo grego, já dizia: “Nada está na mente que não tenha passado pelos sentidos”. É que o homem em sua vida sensitiva muito depende das coisas que o cercam.
É evidente que não foram então idólatras Josué e os anciãos de Israel. Em todo decurso da História as imagens tiveram seus inimigos fortuitos. A imagem é uma lembrança que se torna fonte de graças por tudo que ela recorda a respeito do Redentor e das virtudes dos seus seguidores e servos fiéis. Os artistas, desde o início do cristianismo, se inspiraram nos temas bíblicos e na existência dos epígonos de Jesus para retratarem as cenas que através dos séculos embevecem as almas nobres e piedosas. As imagens são um meio e não um fim em si. Aristóteles, sábio filósofo grego, já dizia: “Nada está na mente que não tenha passado pelos sentidos”. É que o homem em sua vida sensitiva muito depende das coisas que o cercam.

A
visão de uma imagem desperta na alma pensamentos salutares, o anseio de
imitar o santo de sua devoção, a se sacrificar por Jesus crucificado,
pelo Coração amantíssimo de Cristo, pois “amor com amor se paga”. Entre
os orientais, as imagens possuem também grande importância. A grade que
fecha o santuário tornou-se uma *iconostase, ornada de imagens. Os
concílios ecumênicos sempre censuram a exclusão sistemática de imagens,
como contrária à tradição cristã. A linguagem figurada do artista,
escultor ou pintor, é de suma valia para a evangelização. As imagens são
veículos aptos da fé e do amor dos cristãos. As representações visuais
são aptíssimo instrumento para exprimir as verdades reveladas.
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho Professor no Seminário de Mariana - MG
Fonte: Entreredes http://www.entreredes.org.br/index.php?op=conteudo&wcodigo=13966