Esse texto diz tudo... minha sugestão de leitura de hoje.
Paz e bem
**************
Vestir-se: de camisinha ou de Cristo?
(...) "Vista-se! Use camisinha!" É este o eloqüente lema da campanha governamental...

Como
podemos ver, não pode haver acordo entre a mentalidade mundana do
Governo e a mentalidade cristã: as perspectivas são diferentes, os
caminhos são antagônicos! Eis aqui, portanto, um pequeno exemplo de dois
modos de pensar e viver totalmente diferentes: o modo segundo o
cristianismo e o modo segundo o mundo, o modo do Evangelho e o modo da
sociedade atual.
O
primeiro modo fundamenta-se em Jesus, no seu jeito de viver, no seu
amor que se nos deu todo e nos pede o risco de lhe dar tudo. Esse modo
de viver somente é possível, somente é compreensível para quem encontrou
Jesus, quem o experimentou na estrada da existência como sua vida e seu
encanto.
Quem
não se apaixonou por Jesus e não vive segundo o seu Espírito, jamais
compreenderá as exigências e propostas do Evangelho...
O
segundo modo de viver, o do mundo atual, fundamenta-se no próprio
homem, sempre sedento, sempre buscando, mas, coitado, tão quebrado
interiormente, entregue a sonhos tão belos e ilusões tão loucas,
dilacerado por tantos desejos e paixões...
A
medida do primeiro modo de viver é o Cristo, o Homem Novo, o Homem como
Deus sonhou desde o princípio, o modelo de todo ser humano
autenticamente realizado, modelo tão luminoso que nos cega!
A
medida do modo de pensar do mundo atual é o velho Adão, o homem
quebradiço, sempre tentado a ser Deus, senhor do bem e do mal! Tentado a
ser Deus, mas que não passa de pó que ao pó vai tornando...
Mas,
voltemos ao preservativo do Lula, e à questão da sexualidade, de modo
geral. Neste tema específico, como já afirmei, os caminhos do
cristianismo e do mundo atual, pós-cristão e neo-pagão, são totalmente
diferentes. Eis: para o cristianismo, a sexualidade não se reduz à
genitalidade nem muito menos ao prazer erótico. Envolve, sim, o homem
todo e, por isso, deve também ser colocada no âmbito da fé, sob o
senhorio de Cristo.
No
plano de Deus manifestado em Jesus Cristo, o sexo e o ato sexual devem
ser sinal de verdadeiro amor, celebração deste, como abertura generosa e
madura para o outro e para a vida, como dom e oblação responsável e
comprometida, que fazem a vida feliz. Sexo, portanto, é algo
profundamente humano, empenhativo, comprometedor, envolvente; é algo a
ser vivido com seriedade.
A
sexualidade é uma realidade profundamente positiva, mas quebrada e
ambígua, como tudo que é humano. O homem é um ser ferido, desfigurado
pelo pecado e somente em Cristo pode ser transfigurado à imagem do Homem
Novo, verdadeiro Adão. Ora, quanto mais uma realidade é profunda,
quanto mais finca suas raízes no fundo da existência humana, tanto mais
tal realidade é marcada pela quebradura e ambigüidade humanas: tanto nos
pode construir e fazer felizes, quanto nos pode alienar de nós mesmos e
daquela imagem que Deus, desde o início, imprimiu em nós.
Precisamente
por ser tão profunda na vida humana, a sexualidade é tão quebradiça e
ambígua! Entregue a si mesma, à sua força cega, tiraniza e escraviza,
gerando solidão desagregadora; mas, iluminada por Cristo, torna-se
expressão e sinal de amor, de comunhão e de entrega que faz feliz!
Portanto, na visão cristã, a sexualidade é para o homem e deve ser
integrada por ele no conjunto da sua vida, deve ser caminho e
instrumento do seu percurso para Deus e para os outros.
Daí,
para os cristãos, a castidade (= reto uso da sexualidade, de acordo com
o Evangelho) e a continência (= a livre renúncia à relação sexual
temporária ou permanentemente) são valores, pois ajudam a humanizar a
sexualidade, colocando-a a serviço da nossa relação com Deus, conosco e
com os outros, fazendo-nos senhores de nós e, portanto, mais maduros.
Eis
o motivo do “não” da Igreja à permissividade, às relações fora do
casamento, ao uso indiscriminado de anticoncepcionais, à aberrante
"educação" sexual que se limita à propaganda de preservativos,
incentivando subliminarmente as relações sexuais irresponsáveis e
prematuras. Enganam-se ou usam de má fé os que afirmam que a Igreja tem
uma visão negativa ou castradora da sexualidade.
O
que ela tem, inspirada pelo Evangelho, é uma visão do ser humano que
não pode aceitar que seja desfigurada aquela imagem que Deus imprimiu em
nós desde o princípio, quando, através de Cristo e para Cristo, nos
criou, para que tragamos em nós a reflexo do Homem Novo, vencedor do
pecado e da morte.
Não
espero que o mundo compreenda essas coisas, mas que os cristãos e as
pessoas de boa vontade – crentes ou não – compreendam os motivos da
Igreja.
Pode-se não concordar com ela, mas não se pode simplesmente banalizar e desprezar com honestidade os seus motivos.
Uma
coisa é certa: o critério dos cristãos não é o pensamento único
globalizado, burguês-capitalista, dominante no mundo atual, mas o sempre
novo, sempre incômodo e sempre fascinante Jesus de Nazaré, o Cristo,
nosso Deus.