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terça-feira, 27 de julho de 2010

"PADRES QUE ABUSARAM DE MIM"

Recebi esse texto por e-mail, e acho que vale a pena que todos os católicos, em especial aqueles que jogam tanta pedra nos padres, o leiam.
Divulgue entre seus amigos.
Um grande abraço!
João Batista.
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"PADRES QUE ABUSARAM DE MIM"

Os sacerdotes que abusaram de mim! Cuidemos gravemente de tratar com eles...

Quando eu era muito jovem, sem consciência, sem liberdade, sem ser capaz de me defender, um deles – pelo Batismo – fez-me um filho de Deus, herdeiro da vida eterna templo do Espírito Santo e um membro da Igreja, eu nunca poderei perdoar-lhe isso, tamanho o bem que ele me fez!

Outro insistiu em meus anos de adolescente, e usou contra mim de toda violência para incutir a minha alma o respeito pelo nome de Deus, a absoluta necessidade da oração diária, a obediência e reverência aos meus pais, o amor pelo meu país e me ensinou a utopia que é não mentir, roubar, não falar mal dos outros, perdoar e todas estas coisas que hoje nos fazem tão loucos e ridículos...
Outro me falou referindo-se ao Espírito Santo, que Ele deveria vir para completar a obra iniciada no Batismo, que eu iria precisar de Seus dons e dos seus frutos! Que eu teria de contar com seu auxílio, porque eu precisaria defender minha fé, como um soldado. Que audácia de falar em termos tão belicosos! Disse-me que era hora de preservar a minha alma das coisas do mundo, que eu deveria ser nobre, leal e honesto...

Outro abuso que um fez foi me dando livros para ler! Já não eram suficientes para ele os seus conselhos, dizendo que deveria fixar os olhos na eternidade e viver como peregrino aqui na terra! E quem agora vai tirar da minha cabeça os quatro Evangelhos? "As Glórias de Maria?" " A Imitação de Cristo? "Confissões?; etc! Quem será capaz agora de me livrar de todos estes tesouros que me marcaram para sempre?.

Outro abuso deles, na minha ignorância foi me mostrando coisas santas que eu não conhecia! Outro destes padres não falava, mas sua vida virtuosa me tornava cada vez mais inclinado a imitá-lo. Havia alguns que se aproveitaram de mim em momentos inesperados e corrigiram-me, me incentivaram e rezaram por mim.

Outros, quando eu estava em um círculo vicioso do qual não conseguia sair, insistiam com a minha natureza caída e levando-me para receber Jesus Cristo em seu Corpo e Sangue, para assim poder resistir aos ataques do inimigo, para fortalecer-me na minha fraqueza e santificar-me em todos os dias mais e mais.

Embora para qualquer pessoa que leia esta queixa, pareça que já basta e que já nada mais pode ser feito por mim, eu diria ainda que os abusos continuaram a acontecer na medida em que eu me tornava mais idoso. Cada vez que eu conhecia um padre, ele se aproveitava de mim com métodos renovados, me apresentando relíquias, imagens, água benta, terços, bênçãos e orações de todos os tipos. Com isso tudo eles me armaram com tão grandes benefícios, que isso fez atingir o limite da minha resistência.

Eu quero deixar bem claro a todos, essa injustiça cheia de perversidade, pois preciso reagir nos termos desta denúncia. Porque eu sei que alguns deles estarão esperando por mim adiante, para continuarem com esta maldade, sentados quem sabe em um confessionário, ou aparecendo ao lado da minha cama quando estiver morrendo. E vão querer continuar abusando de mim com suas orações, para que a minha alma e conheça enfim os fundamentos de misericórdia.

Associo a minha voz a de todos aqueles que tenham sido vítimas de tais abusos e se sentiram ultrajados por essas pessoas. Pois sei que a outros eles uniram no matrimônio, de outros eles descobriram a vocação, a outros eles ajudaram até materialmente, ou ainda abrindo seus corações para os tremendo segredos da miséria humana.

Vamos tomar cuidado, e lidar seriamente com todos estes padres! Nunca lhes demos os nossos dados e nunca olhemos em seus olhos! Não os consultemos absolutamente em nada, e jamais sigamos a nenhum dos seus passos! Porque pode acontecer então que corramos o risco de um dia cair em suas armadilhas e um deles vier a salvar nossa alma para sempre.

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" Eu sei que da verdade eu não sou dono...

Eu que não sei tudo sobre Deus...

As vezes quem duvida e faz perguntas...,

É muito mais honesto do que Eu..."

Autor: R.P. Gustavo Caro Fonte: arciprestazgodelinares.blogspot

Sacerdotes de Vida Dupla

Segue mais uma "estratégia" para desacreditar os Sacerdotes e a Santa Igreja!
Diocese de Roma protesta contra sacerdotes de “vida dupla”

Diante das afirmações de um jornal sobre supostos atos homossexuais

ROMA, segunda-feira, 26 de julho de 2010 (ZENIT.org) – A diocese de Roma pediu aos sacerdotes de “vida dupla” – em relação à homossexualidade – que abandonem o exercício de seu ministério.

O forte comunicado do vicariato da diocese, cujo bispo vigário é Agostino Vallini, foi publicado para esclarecer o longo artigo publicado pelo semanário italiano Panorama, a 23 de julho, intitulado “As noites loucas dos padres homossexuais”.

O jornalista garante que por 20 dias, com uma câmera escondida, ajudado por um “cúmplice homossexual”, infiltrou-se no ambiente noturno de três sacerdotes, dos quais preserva o nome.
O comunicado da diocese de Roma condenou duramente estes atos, caso sejam verdadeiros. Ao mesmo tempo, afirma que “a finalidade do artigo é evidente: criar escândalo, difamar todos os sacerdotes, em virtude da declaração de um dos entrevistados, segundo o qual “98% dos sacerdotes que ele conhece são homossexuais”. O artigo visa a desacreditar a Igreja e, por outro lado, fazer pressão contra essa parte da Igreja definida de “intransigente, que não quer dar reconhecimento à realidade dos sacerdotes homossexuais”.

Segundo a diocese de Roma, “os fatos narrados suscitam dor e desconformidade na comunidade eclesial de Roma, que conhece de perto seus sacerdotes que não levam uma “vida dupla”, mas "uma só vida”, feliz e boa, coerente com sua vocação, entregue a Deus e ao serviço das pessoas, comprometida na vivência e no testemunho do Evangelho, e que é modelo de vida moral para todos”.

"Aquele que conhece a Igreja de Roma não se reconhece no comportamento dos sacerdotes que levam uma 'vida dupla'".

“Sabemos que ninguém os obriga a permanecer como sacerdotes, aproveitando só os benefícios. Não queremos o mal para eles, mas não podemos aceitar que devido a seus comportamentos sujem o nome de todos os outros”.

Por último, a diocese de Roma afirma que está comprometida “a agir com rigor, segundo as normas da Igreja, contra todo comportamento indigno da vida sacerdotal”.
Fonte: Zenit.com

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Vós desonrasstes a Igreja

Num momento em que a mídia ataca tanto nossa Igreja, dizendo que o Papa e os padres não se importam com o escândalo da pedofilia, segue um texto mostrando que a verdade é bem diferente do que estão nos apresentando. Os erros realmente aconteceram, mas o papa e os santos sacerdotes, além dos bispos, sofrem muito com o que tem acontecido.
Continuemos rezando por eles. Acredito que se cada leigo rezasse que fosse uma Ave-Maria por seu sacerdote, não estaríamos vivendo essa crise de modo tão violento. Como Católicos praticantes, façamos nossa parte por aqueles que doam sua vida à Jesus, mas que, como humanos tem falhas, muitas vezes, como nesse caso, inaceitáveis.
Um bom fim de semana!
João Batista
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VÓS DESONRASTES A IGREJA

O primeiro abalo ocorreu há uns 10 anos atrás, quando começaram a aparecer notícias sobre casos de pedofilia, inclusive entre o clero dos USA. Aos poucos foram explodindo outros escândalos em vários países, mormente anglo-saxões. A última avalanche de denúncias provém da Alemanha e da Irlanda. Claro que diante da gravidade dos fatos os papas não poderiam ficar calados. Foi assim que o Papa João Paulo II, rodeado de todos os cardeais dos USA, não usou de meias palavras: a pedofilia é um crime e um pecado.
Agora, no dia 20 de março, em carta dirigida à Igreja da Irlanda, o Papa Bento XVI dizendo-se angustiado, envergonhado, também foi contundente na condenação: nós nos encontramos diante de crimes atrozes. E indignado declara: "vós desonrastes a igreja e perdestes a confiança do vosso povo."Diante de fatos inegáveis com certeza muitos são os que se perguntam: mas afinal, como entender tamanhas aberrações? O que está ocorrendo no mundo e na própria Igreja? Como procederá a Igreja?
Para entender a situação, sem negar em nada nem a gravidade nem amplitude, é preciso, antes de mais nada, colocar os fatos agora vindos à tona num contexto mais amplo. Esse contexto nos assegura que as crianças se transformaram numa espécie de produto tentador para satisfazer as exigências do desregramento sexual, que atinge proporções alarmantes.
Em alguns lugares já se começam a implantar terapias especializadas visando o controle de impulsos aberrantes ligados ao sexo.O sexo qualificado como normal parece estar cedendo lugar a formas sempre mais refinadas para quem já se cansou dele. E aqui entra a pedofilia, como expressão máxima no campo das patologias sexuais, e que se faz presente em todas as camadas da sociedade e em todas as profissões.
O fenômeno tomou proporções de verdadeira epidemia, e através da Internet se transformou numa espécie de indústria comandada por verdadeiras máfias, e vitimando milhões de crianças. O denominado turismo sexual, tão conhecido no nosso litoral brasileiro, é apenas uma das muitas expressões da praga da pedofilia. Diante do fato de isto estar ocorrendo também em certos ambientes de Igreja, naturalmente as perguntas que se colocam é o que fazer visando conter esta onda devastadora. E é claro que ninguém conta com respostas prontas e acabadas, pois nas proporções atuais trata-se de um fenômeno novo, e que remete para as raízes mais profundas da maldade humana.
Nos dois casos, isto é, da Igreja e da sociedade, não há muita dúvida quanto ao aspecto punitivo: aplicar estrita e duramente as leis existentes, tanto nas Constituições, quanto no Direito Eclesial. No que se refere mais especificamente à Igreja, há pouco mais de 1 ano atrás, o cardeal brasileiro, D. Cláudio Hummes, no programa televisivo "em pauta", da Canção Nova, foi claro e incisivo: que os pedófilos peçam desligamento do sacerdócio ou da vida religiosa, assumindo eles mesmos sua responsabilidade, ou serão demitidos e entregues à justiça civil.
Entretanto, dada a gravidade do problema social e eclesial, só a punição, por mais severa que seja, não é suficiente. São necessárias outras medidas, de caráter preventivo. Urge juntar todas as forças para oferecer uma verdadeira educação da sexualidade, através da educação para o amor. Isto significa montar todo um esquema que comece desde a infância e se estenda até as pessoas maduras, ou até de mais idade. Além disso, não podemos esquecer que o desregramento no campo da sexualidade nunca anda sozinho: ele é apenas uma das expressões de um mundo brutal, onde a ética deixou de ser uma preocupação.
A única norma vigente em quase todos os campos é uma espécie de "vale tudo". Uma corrupção reforça a outra. Por isso mesmo são urgentes ações de cunho mais amplo e mais profundo no sentido de um novo processo de humanização que começa pelo respeito profundo a si próprio e aos outros, mormente às crianças indefesas. E nunca é demais lembrar uma palavra do mesmo Jesus que disse "deixar vir a mim as criancinhas porque delas é o Reino dos céus: " Ai do mundo por causa dos escândalos... quem transviar um destes pequeninos... mais valeria que lhe pendurassem uma pedra de moinho ao pescoço e o jogassem no fundo do mar" ( Mt. 18, 6-7).
Prof. Dr. Frei Antônio Moser, OFM
Diretor Presidente da Editora Vozes

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pio XII e o auxílio aos judeus: prova viva!!

A "prova viva" da existência da rede clandestina de Pio XII em auxílio dos judeus
Entrevista com um de seus membros, o padre Giancarlo Centioni


Por Jesús Colina


ROMA, quinta-feira, 14 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Alguns setores da opinião pública têm pedido, em semanas recentes, provas da ajuda oferecida por Pio XII aos judeus durante a perseguição nazista. O sacerdote italiano Giancarlo Centioni, 97 anos, é uma das provas vivas, já que é o último membro vivo da rede clandestina criada pelo Papa Pacelli.

Entre 1940 a 1945, Centioni foi capelão militar em Roma na Milícia Voluntária pela Segurança Nacional, tendo vivido com sacerdotes alemães da Sociedade do Apostolado Católico. “Na condição de capelão fascista, era mais fácil para mim ajudar os judeus ", disse ele, explicando por que foi escolhido para participar da arriscada operação.

“Meus colegas sacerdotes palotinos provenientes de Hamburgo tinham fundado uma sociedade denominada "Verein Rafael '(Society of San Raffaele), criada para prestar auxílio aos judeus", revelou.

Um dos objetivos da rede era dar suporte à fuga de judeus da Alemanha, através da Itália, em direção à Suíça ou Portugal, motivo pelo qual a rede contava com membros nos quatro países.
Na Alemanha, lembra o padre Centioni, a sociedade era dirigida pelo padre Josef Kentenich, conhecido em todo o mundo como o fundador do Movimento Apostólico de Schönstatt.

Posteriormente, este sacerdote acabou sendo preso e mantido num campo de concentração até o final da guerra.

“Em Roma, o líder de todas estas atividades era o padre Anton Weber, o qual tinha contato direto com Pio XII e sua secretaria”, explicou.

Uma das principais atividades da rede consistia em obter passaportes para que as famílias judias pudessem deixar a Alemanha.

“Estes passaportes eram obtidos diretamente da Secretaria de Estado de Sua Santidade, pela intervenção direta do próprio Pio XII”, acrescentou.

“Comigo atuavam ao menos 12 sacerdotes alemães em Roma”, prosseguiu o padre, explicando que a rede recebia também uma ajuda decisiva da polícia, em particular do chefe adjunto de Mussolini, Romeo Ferrara, que lhe informava o local onde estavam escondidas as famílias judias para que pudessem levar os passaportes " – “mesmo à noite”.

Padre Centioni lembra uma dessas ocasiões, em que o policial o enviou durante a noite, advertindo-o para ir vestido com os trajes de Capelão para que “não fosse preso por soldados alemães”, a uma casa na qual estava escondida uma família judia de nome Bettoja.

O sacerdote diz lembrar “nitidamente” do medo e das dificuldades na operação, inclusive por parte das famílias que ajudava. “Bati à porta, mas não quiseram abrir. Disse então que não temessem, pois era um capelão e vinha para ajudar, para trazer os passaportes”; “juro, vocês podem ver através do olho-mágico da porta”, e então foi finalmente recebido pela senhora Bettoja com as crianças.

“Disse a ela: saiam amanhã antes das 7 em seu automóvel, porque às 7 poderão cruzar a fronteira pelo Lácio em direção a Gênova”. Fugiram e se salvaram. “Foi uma das tantas famílias”, disse.

As atividades da rede se iniciaram antes mesmo da invasão alemã na Itália, lembra o padre Centioni, e prolongou-se "até onde eu sei, até depois de 45, porque as relações do padre Weber com o Vaticano e os judeus eram muito vivas”.

"Entre aqueles que posteriormente colaboraram conosco, havia dois judeus que escondemos: um homem de letras, (Melchiorre) Gioia, e um grande músico e compositor de Viena, autor de canções e operetas, Erwin Frimm”.

“Todas pessoas de coragem”, disse. “Nos ajudaram muito com informações precisas” - reconheceu” – “mesmo colocando sua própria vida em risco”.

“Ajudei Ivan Basilius, um espião russo, que eu não sabia que era russo nem espião; era judeu. Foi preso pela SS e nas revistas, encontraram meu nome em suas anotações. Então, convocou-me a Santa Sé, sua excelência Hudal [alto e influente prelado alemão em Roma], dizendo: “venha para cá, pois a SS quer prendê-lo”. Perguntei: “Mas o que fiz?” - “Você ajudou um espião russo”. “Eu? Quem é?” - Então escapei.

Pe. Centioni, como capelão, conheceu pessoalmente o oficial alemão Herbert Kappler, comandante da Gestapo em Roma e autor do massacre das Fossas Ardeatinas, no qual 335 italianos foram assassinados, entre os quais muitos civis e judeus.

“Durante a invasão alemã, logo após a carnificina, perguntei a Kappler, a quem via com freqüência: por que não chamaram os capelães militares para as Fossas Andreatinas? E ele me respondeu: porque teria eliminado também eles”.

Pe. Centioni assegura que as centenas de pessoas que pôde ajudar tinham conhecimento de quem estava por trás de tudo. “Quem os ajudava era o Papa Pio XII, por meio de nós sacerdotes e da Raphael's Verein”, e através dos Verbitas, sociedade alemã em Roma. A entrevista foi concedida à Agência ZENIT e à Agência H2ONews (www.h2onews.org) e publicada nesta quinta-feira.

O caso do padre Centioni foi descoberto e investigado pela fundação Pave the Way (http://www.ptwf.org), criada pelo judeu nova-iorquino Gary Krupp.

Os relatos de Centioni são corroborados pela condecoração a ele concedida pelo governo polonês (“a cruz de ouro com duas espadas”, “pela nossa e pela vossa liberdade”).

O sacerdote citou outras expressões de gratidão por parte de algumas das pessoas que ajudou: os senhores Zoe e Andrea Maroni, os professores Melchiorre Gioia e Aroldo Di Tivoli, e as famílias Tagliacozzo e Ghiron, cujos filhos puderam se salvar, alcançando os EUA, com passaportes e recursos disponibilizados pelo Vaticano.

A entrevista pode ser assistida no site: www.h2onews.org.

Desabafo de um Sacerdote

Boa tarde, queridos amigos.
Peço muitas desculpas por andar meio sumido, mas o trabalho e algumas mudanças tem tomado muito do meu tempo, mas a medida do possível pretendo voltar às postagens como antes. Por hora, peço que não se assustem de ainda passar alguns dias ou semanas sem postagens.

Segue um desabafo muito interessante que recebi por e-mail e senti que precisava partilhar contigo, para que você partilhe com seus amigos. Essa imagem que a mídia vem trazendo dos sacerdotes nunca foi a verdadeira, mas com maestria, esse sofrido sacerdote mostra como devemos olhar para nossos padres.

um grande abraço
João Batista



"uma arvore que cai, faz mais barulho que uma floresta que cresce".

Segue carta do padre salesiano uruguaio Martín Lasarte, que trabalha em Angola, de 06 de abril e endereçada ao jornal norte-americano The New York Times. Nela expressa seus sentimentos diante da onda midiática despertada pelos abusos sexuais de alguns sacerdotes enquanto surpreende o desinteresse que o trabalho de milhares religiosos suscita nos meios de comunicação.
Eis a carta.
Querido irmão e irmã jornalista: sou um simples sacerdote católico. Sinto-me orgulhoso e feliz com a minha vocação. Há vinte anos vivo em Angola como missionário. Sinto grande dor pelo profundo mal que pessoas, que deveriam ser sinais do amor de Deus, sejam um punhal na vida de inocentes. Não há palavras que justifiquem estes atos. Não há dúvida de que a Igreja só pode estar do lado dos mais frágeis, dos mais indefesos. Portanto, todas as medidas que sejam tomadas para a proteção e prevenção da dignidade das crianças será sempre uma prioridade absoluta.Vejo em muitos meios de informação, sobretudo em vosso jornal, a ampliação do tema de forma excitante, investigando detalhadamente a vida de algum sacerdote pedófilo.
Assim aparece um de uma cidade dos Estados Unidos, da década de 70, outro na Austrália dos anos 80 e assim por diante, outros casos mais recentes... Certamente, tudo condenável! Algumas matérias jornalísticas são ponderadas e equilibradas, outras exageradas, cheias de preconceitos e até ódio.
É curiosa a pouca notícia e desinteresse por milhares de sacerdotes que consomem a sua vida no serviço de milhões de crianças, de adolescentes e dos mais desfavorecidos pelos quatro cantos do mundo! Penso que ao vosso meio de informação não interessa que eu precisei transportar, por caminhos minados, em 2002, muitas crianças desnutridas de Cangumbe a Lwena (Angola), pois nem o governo se dispunha a isso e as ONGs não estavam autorizadas; que tive que enterrar dezenas de pequenos mortos entre os deslocados de guerra e os que retornaram; que tenhamos salvo a vida de milhares de pessoas no Moxico com apenas um único posto médico em 90.000 km2, assim como com a distribuição de alimentos e sementes; que tenhamos dado a oportunidade de educação nestes 10 anos e escolas para mais de 110.000 crianças...
Não é do interesse que, com outros sacerdotes, tivemos que socorrer a crise humanitária de cerca de 15.000 pessoas nos aquartelamentos da guerrilha, depois de sua rendição, porque os alimentos do Governo e da ONU não estavam chegando ao seu destino. Não é notícia que um sacerdote de 75 anos, o padre Roberto, percorra, à noite, a cidade de Luanda curando os meninos de rua, levando-os a uma casa de acolhida, para que se desintoxiquem da gasolina, que alfabetize centenas de presos; que outros sacerdotes, como o padre Stefano, tenham casas de passagem para os menores que sofrem maus tratos e até violências e que procuram um refúgio.
Tampouco que Frei Maiato com seus 80 anos, passe casa por casa confortando os doentes e desesperados.Não é notícia que mais de 60.000 dos 400.000 sacerdotes e religiosos tenham deixado sua terra natal e sua família para servir os seus irmãos em um leprosário, em hospitais, campos de refugiados, orfanatos para crianças acusadas de feiticeiros ou órfãos de pais que morreram de Aids, em escolas para os mais pobres, em centros de formação profissional, em centros de atenção a soropositivos... ou, sobretudo, em paróquias e missões dando motivações às pessoas para viver e amar.
Não é notícia que meu amigo, o padre Marcos Aurelio, por salvar jovens durante a guerra de Angola, os tenha transportado de Kalulo a Dondo, e ao voltar à sua missão tenha sido metralhado no caminho; que o irmão Francisco, com cinco senhoras catequistas, tenham morrido em um acidente na estrada quando iam prestar ajuda nas áreas rurais mais recônditas; que dezenas de missionários em Angola tenham morrido de uma simples malária por falta de atendimento médico; que outros tenham saltado pelos ares por causa de uma mina, ao visitarem o seu pessoal. No cemitério de Kalulo estão os túmulos dos primeiros sacerdotes que chegaram à região... Nenhum passa dos 40 anos. Não é notícia acompanhar a vida de um Sacerdote “normal” em seu dia a dia, em suas dificuldades e alegrias consumindo sem barulho a sua vida a favor da comunidade que serve.
A verdade é que não procuramos ser notícia, mas simplesmente levar a Boa-Notícia, essa notícia que sem estardalhaço começou na noite da Páscoa. Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce. Não pretendo fazer uma apologia da Igreja e dos sacerdotes. O sacerdote não é nem um herói nem um neurótico. É um homem simples, que com sua humanidade busca seguir Jesus e servir os seus irmãos.
Há misérias, pobrezas e fragilidades como em cada ser humano; e também beleza e bondade como em cada criatura...Insistir de forma obsessiva e perseguidora em um tema perdendo a visão de conjunto cria verdadeiramente caricaturas ofensivas do sacerdócio católico na qual me sinto ofendido. Só lhe peço, amigo jornalista, que busque a Verdade, o Bem e a Beleza. Isso o fará nobre em sua profissão.
Em Cristo, Pe. Martín Lasarte, SDB.
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Apesar do Ano Sacerdotal ter terminado, continuamos com a campanha: reze uma Ave-Maria por seu Sacerdote! Eles precisam de nós e de nossas orações.
abraços fraternos