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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Filhos: uma bênção de Deus


Não tenham medo da vida” (João Paulo II)


Filhos, uma bênção de Deus


“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais”. (Cat.§ 2373)


Certa vez o Papa Paulo VI disse a um grupo de casais:

“A dualidade de sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus, e, como Ele, nascente da vida”.

Isto é, doando a vida, o casal humano se torna semelhante a Deus Criador. Pode haver missão mais nobre e digna do que esta na face da terra? Alguém disse certa vez, com muita razão, que “a primeira vitória de um homem foi ter nascido”.

Nada é tão grande e valioso neste mundo como o homem. Ensina a Igreja que “ele é a única criatura que Deus quis por si mesma” (GS,24). Por isso o Catecismo da Igreja afirma que:


“Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (CIC, 2378).


Será que acreditamos de fato nessas palavras da Igreja? Ou será que “escapamos pela tangente”, dando a “nossa” desculpa?

Lamentavelmente estabeleceu-se entre nós, também católicos, uma cultura “anti-natalista”. Por incrível que pareça “as preocupações da vida” (Lc 12,22; Mt 6,19), sufocaram o valor imenso da vida humana, levando as gerações à triste mentalidade de “quanto menos filhos melhor”. À luz do cristianismo, é uma triste mentalidade, pois a Igreja sempre ensinou o valor incomensurável da vida.

O salmo 126 diz com todas as letras:

“Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas”. “Feliz o homem que assim encheu sua aljava…” (Sl 126, 3-5).

O amor é essencialmente dom. São Tomás de Aquino dizia que “o bem é difusivo” (Suma Teológica, I, q. 5, a.4, ad 1). Em outras palavras: ou o amor se doa, ou então morre. E, para o casal, a maior doação é a da vida do filho.

Santo Ireneu (†202) resumia em poucas palavras toda a grandeza do homem : “O homem vivo é a glória de Deus” (Contra as heresias IV, 20,7).

Isto quer dizer que com a criação do homem e da mulher à sua imagem e semelhança, “Deus coroa e leva à perfeição a obra das suas mãos” (Familiaris Consórtio, 28).

Assim, Ele chamou-nos a participar do seu poder de Criador e de Pai:
“Deus abençoou-os e disse-lhes: “crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra” (Gen 1,28).

Disse ainda o Papa João Paulo II:

“A tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos” (Familiaris Consortio, 28).


Todos esses ensinamentos nos levam ao que a Igreja afirma constantemente:

“O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida” (GS,50; HV,11; FC,29).

A situação social e cultural dos nossos tempos, dificulta a compreensão dessa verdade. Vale a pena reler o que disse o Papa João Paulo II sobre isso:

“Alguns perguntam-se se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores.

Nasceu assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida.

“Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida” (Familiaris Consórtio, 30).


Muitos têm medo de não educar bem os filhos. Pois eu lhes digo que, com Deus, é possível educá-los; basta que o casal se ame, crie um lar saudável, e vivam para os filhos, com todas as suas forças e com toda dedicação. O resto, Deus e eles farão. Faça do seu filho um Homem… isto basta.

Há hoje uma mentira muito difundida - infelizmente aceita também por muitos católicos - de que a limitação da natalidade é o remédio necessário e “indispensável” para sanar todos os males da humanidade.


Não há civilização que possa se sustentar sobre uma falsa ética que destrói o ser humano, ou que impede o “seu existir”. É ilógico, desumano e contra a Lei de Deus, que, para salvar a humanidade seja necessário sacrificá-la em parte.

Jamais a mulher poderá se realizar mais em outra vocação do que na maternidade. É aí que ela coopera de maneira mais extraordinária com Deus na obra da criação e, consequentemente, é aí que ela encontra a sua verdadeira realização. Afinal, São Paulo afirma a Timóteo que: “A mulher será salva pela maternidade” (1 Tm 2,15).

Isso não quer dizer que a mulher que não se torna mãe não pode se salvar, longe disso, mas mostra que o caminho da maternidade, hoje tão desvalorizado, é um meio poderoso de santificação da mulher.


Certa vez o Cardeal Raul Henriques, do Chile, disse:

“Se quando minha mãe teve o 18º filho, tivesse dito basta, vocês não teriam hoje o seu Cardeal”.
E é bom lembrar que Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, foi a 23ª filha dos seus pais
.

A Igreja, no Concílio Vaticano II ensinou que:

“Não pode haver verdadeira contradição entre as leis divinas sobre a transmissão da vida e o cultivo do autêntico amor conjugal”.

“Aos filhos da Igreja, apoiados nesses princípios, não é lícito adotar na regulação da prole os meios que o Magistério reprova quando explica a lei divina” (GS, 51).


É preciso dizer aqui que a lei de Deus não é impossível de ser vivida; basta ter fé. São Paulo disse que “o justo vive pela fé” (Rm 1, 17) e sabemos que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). O que falta hoje para muitos casais é exatamente essa fé. Jesus disse que o seu “jugo (doutrina) é suave e seu peso é leve” (Mt 11,30).

“O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem de fora de teu alcance… Mas esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir” (Dt 30, 11-14).

Vitor Hugo disse certa vez que “um lar sem filhos é como uma colmeia sem abelhas”; acaba ficando sem a doçura do mel.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A Virgem Maria

A Virgem Maria


Para realizar a reconciliação dos homens, Deus preparou a uma mulher, cobrindo-a de graças especiais para que fosse a Mãe de Deus. A livrou do pecado original e de todo pecado, desde o primeiro momento de sua existência e sempre foi santíssima. Essa mulher, Maria, seria a Mãe de Deus e por isso, autêntica Mãe nossa.


Um dia Deus enviou o Arcanjo Gabriel à cidade de Nazaré, à Virgem Maria, que era desposada por São José. A saudou chamando-a "cheia de graça", e lhe expôs o Plano de Deus: Ela seria a Mãe do Salvador por obra do Espírito Santo, porque para Deus nada é impossível.


A Virgem Maria aceitou imediatamente o plano de Deus dizendo: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra" (Lc 1,38). Naquele mesmo momento, fez-se Homem a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, sem deixar de ser Deus.


Quem é a Santíssima Virgem Maria?


A Santíssima Virgem Maria é a Nova Eva, a Mulher perfeita, cheia de graça e de virtudes, concebida sem pecado original, que é Mãe de Deus e mãe nossa, e que está no céu em corpo e alma; que nos acompanha permanentemente em nossos esforços por ser cristãos com grande solicitude e amor maternal.


Por que dizemos que a Virgem Maria é verdadeiramente Mãe de Deus?


Dizemos que a Virgem Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe do Filho eterno de Deus feito homem, que é o próprio Deus.


Por que dizemos que a Virgem Maria é nossa mãe?


Dizemos que a Virgem Maria é nossa mãe porque, por sua obediência, converteu-se em nova Eva, mãe dos viventes; além disso, porque é Mãe de Jesus Cristo, com quem estamos unidos pela graça, formando um só Corpo Místico.


Quais são os singulares privilégios que Deus concedeu à Virgem Maria?


Os singulares privilégios que Deus concedeu à Virgem Maria são: sua Concepção Imaculada, sua perpétua Virgindade, sua Maternidade divina e sua Assunção em corpo e alma aos céus.


Que lugar a Santíssima Virgem Maria ocupa no Plano de Reconciliação?


A Santíssima Virgem Maria ocupa na redenção o lugar de Cooperadora da Redenção, porque colaborou com sua livre fé e obediência à reconciliação dos homens. Por desejo explícito do Senhor Jesus, que nos apontou-a como Mãe (ver Jo 19,27), Maria é verdadeiramente Mãe de todos os cristãos, que realizam sua peregrinação terrena sob os ternos cuidados maternais e a companhia de Maria.


Fonte: ACI Digital

COMO ESTÁ DEFINIDA A BÍBLIA?

COMO ESTÁ DEFINIDA A BÍBLIA?

Por Alessandro Lima

Ao contrário do que parece à primeira vista, a Bíblia não é um livro único e independente, mas uma coleção de livros, uma mini-biblioteca que destaca a aliança e o plano de salvação de Deus para com a humanidade. É interessante observar que alguns livros possuem poucas ou até mesmo uma única página escrita, mas mesmo assim são considerados como livros.

A própria palavra Bíblia provém do grego biblos e significa livros, o que bem demonstra não ser a Bíblia um livro único. Assim, quando usamos hoje a palavra "Bíblia" nos referimos a esse conjunto de 73 livros. Às vezes, também a chamamos de Sagradas Escrituras ou tão somente Escrituras e tratam de diversos assuntos: orações, rituais, história, sabedoria, exortações e até mesmo poesia... tudo em grande harmonia - já que inspirada por Deus - relacionando o homem com o único e verdadeiro Deus, e vice-versa.

A Bíblia é muito antiga: sua redação começou por volta do séc. XV a.C. e somente se encerrou no final do séc. I d.C.. A Bíblia foi escrita em três línguas diferentes: hebraico, aramaico e o grego (koiné).

No passado os cristãos tinham muita dúvida quanto à inspiração divina de muitos dos livros da Sagrada Escritura. A dúvida acabou quando a Igreja Católica Apostólica Romana em 08 de outubro de 393, durante o Concílio Ecumênico de Hipona, definiu o católogo sagrado ou catálogo canônico. Este catálogo também foi confirmado por Concílios posteriores como os Concílios de Cartago III (397 DC), Cartago IV (419 DC), Florença (1438-45 DC) , etc.

Desde então a Bíblia ficou dividida da seguinte forma:

Antigo Testamento: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronônimo, Josué, Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos dos Apóstolos, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filêmon, Hebreus, Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João, Judas e Apocalipse.

No séc. III AC os livros que correspondem ao Antigo Testamento foram traduzidos do hebraico e aramaico para o grego. Este trabalho foi realizado em Alexandria (Egito) por setenta e dois sábios em setenta dias, e por esta razão esta tradução ficou conhecida como Septuaginta ou Versão dos Setenta. A razão da tradução deve-se à enorme comunidade judaica da época que não tinha mais conhecimento do hebraico e sim do grego, devido à conquista de todo o Oriente Médio pelo General Alexandre o Grande em 332 AC.

Todos os artigos disponíveis neste sítio são de livre cópia e difusão deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).
Para citar este artigo:

LIMA, Alessandro. Apostolado Veritatis Splendor: COMO ESTÁ DEFINIDA A BÍBLIA?. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/272. Desde 11/6/2001.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Carta aos sacerdotes sobre a obediência

Ao ler essa carta, lembro a todos nós leigos que continuemos com nossas orações pela santificação de nossos sacerdotes.

Abraço cordial
João Batista.

*****

Carta aos sacerdotes sobre a obediência

Pelo arcebispo Mauro Piacenza, secretário da Congregação vaticana para o Clero

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 24 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos a carta que o arcebispo Mauro Piacenza, secretário da Congregação vaticana para o Clero, enviou aos presbíteros sobre a promessa de obediência que fizeram ao se ordenar sacerdotes.

* * *

“Prometes filial respeito e obediência a mim e aos meus sucessores?”

(Pontificale Romanum De Ordinatione Episcopi, presbyterorum et diaconorum,
editio typica altera, Typis Polyglottis Vaticanis 1990).

Caríssimos irmãos no sacerdócio

Ainda que não estejam vinculados pelo voto solene de obediência, os ordinandos fazem a promessa de “filial respeito e obediência” ao próprio Bispo e aos seus sucessores. Se, por um lado, é diferente o estatuto teológico entre um voto e uma promessa, idêntico é o compromisso moral definitivo e total, idêntica é a oferta da própria vontade à vontade de um Outro: à vontade Divina, eclesialmente mediada.

Num tempo como o nosso, fortemente marcado pelo relativismo e pelo democratismo, com vários autonomismos e libertarismos, parece ser sempre mais incompreensível uma tal promessa de obediência. Normalmente é concebida como uma diminutio da liberdade humana, como um perseverar em formas obsoletas, típicas de uma sociedade incapaz da autêntica emancipação.

Nós, que vivemos a obediência autêntica, bem sabemos que não é assim. A obediência na Igreja não é contrária à dignidade e ao respeito da pessoa e não deve ser concebida como uma subtração de responsabilidade ou como uma alienação.

O Ritual latino utiliza um adjetivo fundamental para a justa compreensão de tal promessa. Define a obediência somente depois de ter inserido o “respeito”, devidamente adjetivado com “filial”. Ora, o termo “filho” em todas as línguas é um nome relativo, que implica a relação entre o pai e o filho. Justamente neste contexto relacional deve ser compreendida a obediência que um dia prometemos. O pai, neste contexto, é chamado a ser realmente pai, e o filho, a reconhecer a própria filiação e a beleza da paternidade que lhe é doada. Tal como informa a lei natural, ninguém escolhe o próprio pai e, da mesma forma, ninguém escolhe os próprios filhos. Somos, portanto, todos chamados – pais e filhos – a ter uma visão sobrenatural, de grande misericórdia recíproca e de grande respeito. Trata-se de ter a capacidade de olhar ao outro tendo presente o Mistério bom que o gerou e que sempre, ultimamente, o constitui. O respeito é, em linha de máxima, simplesmente este: olhar a alguém tendo presente a um Outro!

Só em um contexto de “respeito filial” é que se torna possível uma autêntica obediência, que não será apenas formal, mera execução de ordens, mas apaixonada, completa, atenta e capaz de gerar frutos de conversão e de “vida nova” naquele que a vive.

A promessa é feita ao Bispo do tempo da Ordenação e aos seus “sucessores”, justamente porque a Igreja procura evitar os excessos personalistas. Coloca no centro a pessoa, mas não os subjetivismos que desvinculam da força e da beleza – histórica e teológica – da Instituição. Também na Instituição, que é de origem divina, habita o Espírito Santo. A instituição é, por sua própria natureza, carismática e, neste sentido, estar livremente ligada a ela, no tempo (sucessores) significa poder “permanecer na verdade”, permanecer n’Ele, presente e operante no seu corpo vivo que é a Igreja, na beleza da continuidade temporal, no passar dos séculos, que nos une indivisivelmente a Cristo e aos Apóstolos.

Peçamos à Ancilla Domini – que é a obediência por excelência, Aquela que também na fatiga exultou dizendo: “Eis-me aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra” – a graça de uma obediência filial, plena, alegre e pronta; uma obediência que nos livre de todo protagonismo e que possa mostrar ao mundo que é realmente possível doar tudo a Cristo e ser plenamente realizados e autenticamente homens.




X Mauro Piacenza
Arcebispo tit. de Victoriana
Secretário

Sofrimento dos angolanos expulsos do Congo

Segue uma triste reportagem, retirada do Site Zenit.org, que mostra a triste realidade de nossos irmãos no Congo, e a ajuda que a Igreja Católica tem dado a esses. Que estejamos intercedendo a Deus por nossos irmãos e por aqueles que os estão ajudando.
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Sofrimento dos angolanos expulsos do Congo

LUANDA, terça-feira, 24 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Os governos da República Democrática do Congo e da República do Congo estão expulsando todos os angolanos residentes em seus territórios e, ao que parece, com grande brutalidade.

Os angolanos expulsos vivem “um sofrimento indizível” e devem suportar “condições horripilantes”, segundo explicaram à associação Ajuda à Igreja que Sofre o padre Andrzej Halemba e Ulrich Kny, dois colaboradores de AIS que viajaram a Angola nas duas últimas semanas.

Padre Halemba e Kny descreveram com estas palavras a situação dos campos de refugiados na cidade de Damba, no norte de Angola.

Os policiais congoleses, em uniforme ou não, “apresentam-se sem aviso e pedem aos angolanos que abandonem imediatamente o país”, explica a associação. Milhares de pessoas se veem assim obrigadas a voltar a Angola sem sequer a possibilidade de levar consigo seus já escassos pertences.

Esta situação, denuncia AIS, provoca o desmembramento de muitas famílias: há crianças que ficam sozinhas porque não conseguem encontrar seus pais, que foram expulsos, assim como pessoas angolanas casadas com congoleses que devem abandonar o cônjuge.

Os colaboradores de AIS falam de pessoas obrigadas a percorrer até 900 km a pé e de mulheres que entram em trabalho de parto durante o caminho. Muitos anciãos, mulheres e crianças chegam aos campos de refugiados sem terem comido durante dias.

Frente a esta trágica urgência, as dioceses congolesas de Uíje e Mbanza Congo se mobilizaram para auxiliar milhares de refugiados famintos, ao limite de suas forças e com frequência gravemente enfermos.

Em Damba, foram preparados cinco campos de acolhida, mas as fortes chuvas impregnaram o terreno ocupado pelas tendas, provocando uma situação catastrófica.

“Alguns refugiados decidem prosseguir no caminho para outras aldeias onde vivem seus familiares –refere Ulrich Kny. Outros não sabem aonde ir: seus povoados foram totalmente destruídos durante a guerra civil e seus parentes fugiram. Há também os que não são acolhidos por seus próprios familiares e que, com uma dor ainda maior, voltam para algum dos campos de acolhida”.

Em Damba, quatro capuchinhos e quatro irmãs da Misericórdia auxiliam na tarefa incessante de refugiados, oferecendo assistência espiritual, hospedando no convento, distribuindo alimentos, vestes, remédios e encarregando-se da vacinação contra tétano, poliomielite e outras enfermidades.

As monjas assistem cada dia centenas de pessoas, contando com a ajuda de numerosos voluntários da paróquia, mas os refugiados aumenta continuamente e é muito difícil fazer frente a todas as suas necessidades.

Nas últimas semanas, estima-se que foram expulsos cerca de 40 mil angolanos. “Tudo parece indicar que se trata de uma represália pela expulsão de Angola de imigrantes clandestinos procedentes dos países congoleses, iniciada há dois anos”, comenta AIS.

Os representantes da associação, contudo, sublinham que as expulsões dos angolanos não afetam apenas os imigrantes ilegais, mas também aqueles que residem regularmente em uma das duas Repúblicas congolesas, como refugiados da guerra civil ou por qualquer outro motivo.

INFLUÊNCIAS TECNOLÓGICAS SOBRE A FAMÍLIA

INFLUÊNCIAS TECNOLÓGICAS SOBRE A FAMÍLIA
Os anticoncepcionais. A pílula anticoncepcional entrou no mercado em 1960 e revolucionou a sexualidade, a procriação e a família. Os métodos artificiais de planejamento familiar suplantaram os métodos naturais, propiciaram o controle da natalidade por parte dos governos e hoje temos um envelhecimento galopante, além da mentalidade contra a vida e a permissividade moral. Precisamos propagar os métodos naturais e inverter a realidade.
O vídeo game. Nossas crianças recebem lições de violência, pornografia e a exaltação do herói e do mais forte através do vídeo game. Estes filmes e jogos incitam a velocidade do pensamento, "Síndrome do Pensamento Acelerado" (SPA) provocando agitação, impaciência, impulsividade, agressividade, compulsão por novos estímulos. Os pais devem impor limites, dizer não ao vício e cobrar o horário estipulado.
A televisão. Aos 7 anos de idade uma criança já passou 3.000 horas diante da televisão. Introjetou todas as imposições do consumismo. A criança é a maior vítima. A TV é a catequista do consumismo, da lavagem cerebral, dos interesses do mercado. Os Meios de Comunicação, porem tem a missão de humanização, de promoção da dignidade humana, do serviço à verdade, do crescimento da família humana.
O bebê de proveta. A técnica sem ética destrói a vida e a família. Congelamento e eliminação de embriões, clonagem, vasectomia, procriação artificial, são alguns dentre tantos problemas éticos e tecnológicos que influenciam e desrespeitam a vida, a sexualidade, o matrimonio e a família. A humanidade não pode recriar-se só pelos "prodígios da técnica". O homem degrada-se quando quer ser produtor e salvador de si mesmo. A mentalidade tecnicista sem a reverência pela vida, pela pessoa, pela família desrespeita a lei natural e o desígnio do Criador.
O progresso técnico é um bem, mas a absolutização da tecnologia além de ambígua, é perigosa. Sem homens retos e o respeito pelo bem comum, o desenvolvimento integral é impossível, porque se cai na ilusão da onipotência. A tecnologia absolutizada é um novo ídolo.
A internet. Quando usada com bom senso e para o bem a internet é um prodígio que promove a cultura, facilita o intercambio, poupa fadigas. Outra coisa é, seu mau uso. Como sabemos viabiliza fraudes e roubos, afasta a pessoa da convivência e do relacionamento social e pessoal. Experimentamos uma série de desafios e até de degradações: pedofilia, permissividade, desarmonia familiar e separação conjugal, familiar, namoro virtual, erotização e perversão da sexualidade, dependência da moda etc. Percebemos como a ciência tem necessidade da reta consciência e dos valores.
O tecnicismo. Nada contra o trabalho da mulher e do pai fora de casa, mas, o sucesso empresarial pode causar o fracasso familiar. A pressa e o consumismo, fazem a gente morrer no trânsito. As próprias drogas são tecnologia a serviço do mal. Protegemo-nos tecnicamente contra o vírus HIV, mas estamos desprotegidos em relação aos valores e limites. Técnicas sofisticadas e a manipulação das palavras facilitam o aborto. Zelamos pelos ovos de tartaruga e sacrificamos embriões humanos. O desenvolvimento tecnológico, leva a ter mais, porém, não tem condições de ajudar o ser humano a "ser mais". É admirável o domínio do homem sobre a matéria. Foi-lhe dada a ordem de "cultivar e guardar" a terra (Gn 2,15). Não queremos degradar o progresso como também não pretendemos absolutizá-lo.
Esperamos que novas tecnologias inclusive o celular estejam a serviço da vida, do meio ambiente, do bem comum e da dignidade humana. Com um novo estilo de vida e uma mudança de mentalidade, haveremos de diminuir as desigualdades sociais e construir um mundo mais humano onde possamos viver como uma grande família, ou seja, um mundo de irmãos. A tecnologia deve estar a serviço da vida e da família.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina/PR

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Projeto PL 122/2006

Pessoal, recebi esse e-mail de dois leitores, e acho que vale a pena divulgar a todos os nossos contatos, em especial, os daqui do Brasil, mas os irmãos Portugueses se puderem nos ajudar votando NÃO no site, seria de muita importância!
É importante deixar claro que nós, cristãos não concordamos com a violência que muitos de nossos irmãos homossexuais recebem. Não é porque não concordamos com suas atitudes que queremos que eles sejam maltratados. Entretanto, esse projeto nos desrespeita pois nos impede de dizer que somos contra e de pregar contra esse modo de vida.
Peço que leiam o e-mail abaixo, para entender do que se fala, e entre no site para votar.
Abraços fraternos,
João Batista
*****

O Senado está fazendo uma enquete sobre a PL 122/2006 que objetiva punir discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero, para saber se a população é a favor ou contrária a esta lei. Peço que você vote contra esta lei. Já pensou o abuso que pode acontecer com a desculpa de "preconceito". Cada computador tem direito a um único voto.Vamos nos posicionar e declará-la na enquete.

Vamos votar contra o projeto de mordaça!

É uma lei a favor dos homossexuais que, se for aprovada, um padre ou pastor não poderá falar que homossexualismo é pecado, não poderá impedir que um gay entre pro seminário, não poderemos reclamar de presenciar homens ou mulheres se beijando (ou mais que isso) em público, e outras coisas mais...até quando vão nos permitir usar a Bíblia (a Bíblia é clara contra o homossexualismo)...

Vamos votar NÃO no site do senado pra mostrar nossa opinião cristã!!!!

Toda pessoa tem direito a respeito, a dignidade, independente de sua opção sexual... entretanto, seus direitos não podem vir à frente do restante da população, que tem o direito de não concordar com tais atitudes...


Encaminhe pro maior número de pessoas possível.

Entre no site, leia sobre a lei e vote em relação ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que criminaliza a homofobia!!!! Vote contra esta lei. Não deixe que ela seja aprovada, isto é compromisso do PT com os homosexuais..

Todo ser humano tem o direito de ser repeitado, , mas não de abusar da opção de vida errada!!!

Abra o link abaixo e vote NÃO na "enquete" no lado direito e encaminha para outros amigos.

Santo André Dung-Lac e Companheiros Mártires

SANTO ANDRÉ DUNG-LAC E COMPANHEIROS
A evangelização do Vietnã começou no século XVI, através de missionários europeus de diversas ordens e congregações religiosas. São quatro séculos de perseguições sangrentas que levaram ao martírio milhares de cristãos massacrados nas montanhas, florestas e em regiões insalubres. Enfim, em todos os lugares onde buscaram refúgio.
Foram bispos, sacerdotes e leigos de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e mães de família e alguns deles catequistas, seminaristas ou militares. Hoje, homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas, beatificados no ano jubilar de 1900 pelo papa Leão XIII. A maioria viveu e pregou entre os anos 1830 e 1870.
Dentre eles muito se destacou o padre dominicano André Dung-Lac, tomado como exemplo maior dessas sementes da Igreja Católica vietnamita. Filho de pais muito pobres, que o confiaram desde pequeno à guarda de um catequista, ordenou-se sacerdote em 1823.
Durante seu apostolado, foi cura e missionário em diversas partes do país. Também foi salvo da prisão diversas vezes, graças a resgates pagos pelos fiéis, mas nunca concordou com esse patrocínio. Uma citação sua mostra claramente o que pensava destes resgates: "Aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer".
Finalmente, foi decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói, Vietnã. Passada essa fase tenebrosa, veio um período de calma, que durou cerca de setenta anos. Os anos de paz permitiram à Igreja que se reorganizasse em numerosas dioceses que reuniam centenas de milhares de fiéis.
Mas os martírios recomeçaram com a chegada do comunismo à região. A partir de 1955, os chineses e os russos aniquilaram todas as instituições religiosas, dispersando os cristãos, prendendo, condenando e matando bispos, padres e fiéis, de maneira arrasadora. A única fuga possível era através de embarcações precárias, que sucumbiam nas águas que poderiam significar a liberdade, mas que levavam, invariavelmente, à morte.
Entretanto o evangelho de Cristo permaneceu no coração do povo vietnamita, pois quanto mais perseguido maior se tornou seu fervor cristão, sabendo que o resultado seria um elevadíssimo número de mártires.
O papa João Paulo II, em 1988, inscreveu esses heróis de Cristo no livro dos santos da Igreja, para serem comemorados juntos e como companheiros de santo André Dung-Lac no dia de sua morte.
Fonte: Paulinas On-line

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Estandartes








Amigos, recebi um e-mail de um amigo de Portugal e gostaria de partilhar - primeiro para divulgar essa bela iniciativa que está acontecendo na Europa, para que outros amigos de lá participem.








Também para mostrar aos brasiléiros essa iniciativa e de repente começarmos algo parecido por aqui... pelo menos, uma prática que temos em casa, é evitar enfeites com Papai Noel, e priorizar a árvore de Natal e o Presépios... convido os leitores a fazer o mesmo!








Abraços fraternos e bom fim de semana!








Segue e-mail recebido pelo amigo Nuno Santos - nunomvsantos@gmail.com:








Queridos amigos, gostaria pedir a vossa colaboração para o seguinte assunto:








Esta-se a criar em Portugal a plataforma “Estandartes de Natal 2009”*: um grupo de famílias que pretende partilhar com os seus amigos e vizinhos a alegria do Natal cristão.A ideia é fazer como já se faz em varias cidades espanholas, dondedesde há alguns anos muitas famílias têm vindo tentar substituir os“pais natais” que se penduram ultimamente das varandas no Natal poruns “estandartes” com uma imagem do Menino Jesus para lembrar àspessoas o verdadeiro espírito de Natal.(Em Pamplona, que é o que eu conheço, cada Natal vêem-se mais casascom estas imagens nas janelas)








Os estandartes vão ser vendidos às paróquias pelo preço de custo, paradepois lá serem distribuídos todos a um preço unitário de 15 euros. Asreceitas que conseguirem ficarão para cada paróquia.








Também vamos vender directamente a particulares, colégios..etc por 15 Euros e nesse caso as receitas serão todas distribuídas no final em Cabazes de Natal para as famílias necessitadas. (não há negócio de pormeio, todo vai para as paróquias ou para os pobres!)








O objectivo é vender o maior número possível de estandartes e no dia 22 de Novembro todos pendurarem “O Menino Jesus” na varanda. Depois irá aparecer nas notícias, no Jornal da Verdade… e a partir de aiesperamos que muitas mais pessoas fiquem interessadas e queiram tambémter o seu estandarte em casa e espalhar o verdadeiro espírito do Natal








Junto envio uma fotografia para verem a ideia. A qualidade do tecido é muito boa, está forrado, e tem fitas para pendurar.








Sff digam-me se estão interessados em comprar e quantos e se poderiam espalhar a ideia nos colégios, movimentos, vossas paroquias..etc.








Muito obrigada! Beijinhos,








Xurdana PeñaPS.








Em princípio haverá um site com todas estas informações mas aindanão está operativo http://www.estandartesdenatal.org/*




(Encabeçam esta organização: Nuno Saraiva da Ponte e Paula Pimentel)








Xurdana Peña




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(+351) 91 705 83 05Fax/Tel (+351) 21 441 34 61




O Batismo infantil

O BATISMO INFANTIL E AS ESCRITURAS

Por Greg Oatis

É certo que a Bíblia não especifica que as crianças eram batizadas; mas tampouco indica especificamente o contrário. Como vemos em Colossenses 2,11-12, citado mais abaixo, a circuncisão foi um "tipo" do Batismo, um exemplo profético do Antigo Testamento. Segundo a Lei de Moisés, os bebês deveriam ser circuncidados no oitavo dia do nascimento. É impossível concluir que o cumprimento desta regra no Novo Testamento fosse menos efetiva ou mais restritiva em sua aplicação do que o modelo exemplar do Antigo Testamento.

"O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua descendência" (Gênese 17,12).

O consentimento pessoal não altera o fato de que somos propriedade de Deus. A criança é um membro privilegiado da nação santa de Deus. Jamais passou pela mente dos israelitas rejeitar semelhante bênção.

"Porém, todo o primogênito da jumenta resgatarás com um cordeiro; e se o não resgatares, cortar-lhe-ás a cabeça; mas todo o primogênito do homem, entre teus filhos, resgatarás. E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O SENHOR nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão" (Êxodo 13,13-14).

O fato de a criança não ter consciência de ter sido recebida na Família de Deus não exclui a sua dedicação. A exigência que Deus fazia dos primogênitos para si era absoluta, reconhecida conscientemente por nós ou não. Por acaso o resgate de toda a humanidade pelo sacrifício de Cristo seria menos peremptório ou menos válido hoje? Podemos assegurar que ele é ainda mais forte!

"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar" (Atos 2,38-39).

Este é o texto principal que a maioria dos protestantes cita para afirmar sua posição contrária ao batismo das crianças. Crêem que São Pedro estava falando doutrinariamente, sublinhando a necessidade ou exigindo absolutamente o arrependimento antes do recebimento do Batismo. Todos nós concordamos que os bebês não podem se arrepender. No entanto, é necessário ler o sermão de Pedro por completo pois, mais adiante, o Apóstolo afirma: "Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe".
É claro, então, que a promessa do Batismo não exclui as crianças, já que aqui Pedro torna extensivo o benefício do Sacramento aos filhos. Note-se também que a frase "vossos filhos" indica que Pedro está se dirigindo aos adultos que o escutavam e não a um grupo de crianças. Para os adultos, certamente é necessário o arrependimento antes de se converterem a Cristo e receberem o Batismo. Certamente os bebês, que não tiveram ocasião de pecar, não têm a necessidade de se arrepender. As crianças são recebidas na comunidade cristã e a presença do Diabo sobre elas, devido ao pecado original (o pecado de Adão), é lavada pela água purificadora do Sacramento. (...).

"Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também" (2Tessalonicenses 3,10).

Se interpretamos a instrução de São Pedro de arrepender-se antes do Batismo como algo concernente às crianças (ver referência anterior a Atos 2,38), então devemos aplicar o mesmo princípio às advertências de São Paulo, já que ele - tal como Pedro - não exclui aqui especificamente as crianças. Ora, não se pode pedir às crianças recém-nascidas para que trabalhem antes de comer, pois isto resultaria deixá-las morrer de fome. As crianças são tão incapazes de se arrepender como também de trabalhar para o próprio sustento. Não há nenhuma base textual ou lógica para excluir as crianças de um mandamento apostólico e, depois, incluí-las em outro.

"No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo; Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos" (Colossenses 2,11-12).

O Batismo é o cumprimento da circuncisão. Os bebês israelitas eram circuncidados no oitavo dia de seu nascimento. Como é possível que o cumprimento deste tipo profético no Novo Testamento seja menos salvífico - e ainda aplicado com restrições de idade - que sua prefiguração no Antigo Testamento?

"E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao SENHOR, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso" (Atos 16,15).

Na Bíblia não se faz menção de nenhuma exceção quando uma família ou "casa" inteira era batizada. Tampouco se faz referência a algum limite de idade, nem de que o batizado tenha de dar seu consciente consentimento. Recordemos ainda que a expressão "sua casa" incluía também os escravos e servos.

"E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os seus" (Atos 16,33).

Novamente, neste caso não se menciona nenhuma exceção. Considerando o que sabemos sobre a natureza dos núcleos familiares do mundo antigo, não é muito provável que nestes lugares - aqui e no [versículo] citado anteriormente - não houvessem crianças.

"E traziam-lhe também meninos, para que ele lhes tocasse; e os discípulos, vendo isto, repreendiam-nos. Mas Jesus, chamando-os para si, disse: Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará nele" (Lucas 18,15-17).

Jesus ensina a seus discípulos que as crianças são precisamente a classe de pessoas que pode receber o Reino com seus corações simples e sinceros. Quando proibimos o batismo das crianças, estamos negando a mais explícita das instruções de Jesus: "Deixai vir a mim os meninos". Como pode ser que o Reino de Deus pertença aos que "são como os meninos" e, no entanto, não se permita a entrada dos meninos pelo Batismo, a primeira porta sacramental que existe para entrar no Reino de Deus? Em João 3,5, Jesus nos diz claramente: "Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus". Esta é uma referência bem clara ao Batismo.

"Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe" (Lucas 1,15).

Se ninguém pode receber o Espírito Santo sem se arrepender - como a maioria dos protestantes afirma ao negar o Batismo às crianças - se deduz simplesmente que as crianças no útero podem se arrepender, já que lemos na Bíblia que São João Batista foi capaz de receber o Espírito Santo ainda antes de seu nascimento. Esta passagem prova que não é razoável negar o batismo às crianças.

"Vendo, então, os principais dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia, e os meninos clamando no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se; E disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?" (Mateus 21,15-16).

A Igreja tem batizado as crianças desde o princípio. Possuímos o testemunho dos primeiros cristãos, inclusive Orígenes, que escreveu no ano 244 d.C.: "A Igreja recebeu dos Apóstolos a Tradição de conferir o Batismo também às crianças".
Se fosse - como afirmam alguns protestantes - "antibíblico" batizar as crianças, então seria também "antibíblico" deixá-las sem batismo, pois em nenhuma parte da Bíblia é proibido o batismo das crianças. Tampouco encontramos na Bíblia alguma referência à "idade da razão" ou à "idade de consentimento", a que muitas tradições protestantes aderem quando batizam adolescentes.
Como já mostramos outras vezes, a "Sola Scriptura" é freqüentemente um método que leva a conclusões ambíguas. É necessária a Sagrada Tradição - que é a memória da Igreja - para nos levar às práticas apostólicas. De fato, como é possível perder um costume como o Batismo? Que circunstâncias seriam necessárias para que toda a comunidade universal da Igreja esquecesse ou perdesse uma Tradição tão completa? Imaginar que a prática correta do Batismo foi corrompida simultaneamente em todo o orbe cristão é um pensamento que desafia o senso comum...

Para citar este artigo:
OATIS, Greg. Apostolado Veritatis Splendor: O BATISMO INFANTIL E AS ESCRITURAS. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5247. Desde 9/24/2008.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

VIVER A SEXUALIDADE NA LUZ


VIVER A SEXUALIDADE NA LUZ
A sexualidade é a obra culminante da criação. Por isso, precisamos aprender a administrá-la. Deus é perfeito e fez cada pessoa diferente, pessoas que nunca se repetirão. Nós precisamos estar firmes no Senhor, pois existiu um anjo que não suportou nossa criação por Deus Pai: satanás. Este quer destruir o amor, quer destruir a nossa família.
Ele, que não pôde atacar a sexualidade de Maria e José, então ataca a nossa. Ele ataca na raiz da nossa vida: no amor. Para agredir a vida, o maligno tenta fazer com que entremos em transgressão com tudo aquilo que o amor traz. Dessa forma, o que é mais lindo na vida vira contra o próprio homem.
A mesma coisa acontece com a sexualidade, pois o homem a está reduzindo apenas ao desejo carnal, esvaziando o coração, o sentimento. O resultado são as muitas “mortes” que acontecem, como a pornografia, teoria que leva à prática. Há um comércio abominável de crianças e adolescentes na área sexual. Existe um número expressivo desse público [infanto-juvenil] que morre infectado por várias doenças por ano por conta disso. Não podemos nos calar diante disso!
Só há duas armas para sermos vitoriosos: A castidade e a fidelidade. Em Uganda, baixaram a taxa de contaminação de enfermidades sexualmente transmissíveis, porque a política viu que não havia outro meio ao não ser a castidade.
O autoerotismo, que é a masturbação, quando se torna um hábito e não conseguimos fugir dele, acaba se tornando um tipo de droga, uma obsessão, e faz com que nos fechemos em nós mesmos; e humanamente não conseguimos sair dele. Se você estiver passando por esse problema, sentindo-se escravo, dominado por ele, só Jesus pode curá-lo. Porque, quando pedimos perdão para o Senhor, Ele fica maravilhado com a pureza de nossa alma. Pois, dessa forma, nós mostramos que sofremos com isso, revelando assim que temos um coração puro. Peçamos perdão ao Senhor.
Que Maria nos ajude e que nunca percamos a coragem de tomar essa decisão! Eu conheci homens e mulheres que embora tenham se prostituído durante muitos anos receberam do Senhor a graça de uma “virgindade espiritual” e conseguiram um casamento maravilhoso. A castidade é uma grande liberdade, é o que protege o amor.
Como a estratosfera nos protege contra o sol, e nos protege da luz, é justamente assim que acontece com a castidade, ela permite o aprofundamento do amor tornando-nos jovens. Já a impureza nos torna velhos. Basta olhar para moças que são prostituídas, elas têm o olhar envelhecido.
Vou mostrar para vocês as vantagens da castidade, de preservar a sua pureza para o casamento. Pois o pecado contra essa virtude é como uma flor arrancada, que morre facilmente, porque não teve a chance de ter sua raiz aprofundada. Recusar-se a manter relacionamento sexual com o namorado, antes do casamento, é o maior teste de autenticidade do amor: “Eu quero algo profundo e verdadeiro! Quero que realmente nos conheçamos e esperemos esse momento [relação sexual] até o casamento”.
Se seu(sua) namorado(a) deixá-la(o) é a prova de que ele(a) não a(o) ama. Mas, se ele(a) respeitar essa exigência é porque realmente a(o) ama. Algumas moças também querem ir logo ir para a cama com o namorado para segurá-lo, pois são inseguras. O respeito mútuo protege um ao outro e fortalece a linguagem do amor.
O amor para com o outro deve ser delicado e puro. O casal deve procurar viver a transparência. Para que, dessa forma, no dia casamento, você possa dizer: "Eu trago para você o mais puro dos sentimentos, me guardei só para você. Eu decidi que a minha primeira relação sexual seria com meu cônjuge".
É preciso ter muito cuidado e se proteger, cuidado para não cair em situações de risco, pois caímos muito facilmente. Precisamos, sobretudo, ter cuidado de não cair nas pornografias. E assim você terá muita harmonia em sua casa quando casar. E poderá viver a “liturgia do casamento”, pois, é uma escola de descoberta um do outro, de respeito e amor. Precisamos construir a base do relacionamento.
A união sexual é o telhado, por isso não podemos construir a casa pelo telhado. Ele é a “coroa” do casamento. 99% da alegria no ato sexual é a confiança um no outro e não o ato em si. Esses são uns pequenos conselhos para que os seus futuros filhos não sofram a consequência de uma família desajustada.
Louvado seja Deus. Ele os abençoe!
Padre Daniel Ange
Fundador da Escola "Jeunesse-Lumiére" (Juventude-Luz), um trabalho voltado para a juventude, localizada no sul da França

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

COMENTÁRIO SOBRE A INVEJA

COMENTÁRIO SOBRE A INVEJA

Por Emerson de Oliveira

NA HUMANIDADE há a forte tendência de invejar os que têm destaque, grande êxito ou mais bens materiais. Esta inclinação é tão forte, que a Bíblia diz: "O Espírito que habita em nós cobiça com inveja" — Tia. 4,5 (siríaco peshitta).
Diz o Catecismo:

2539 - A inveja é um vício capital. Designa a tristeza sentida diante do bem do outro e do desejo imoderado de sua apropriação, mesmo indevida. Quando deseja um grave mal ao próximo, é um pecado mortal: Sto. Agostinho via na inveja "o pecado diabólico por excelência". "Da inveja nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pela desgraça do próximo e o desprazer causado por sua prosperidade".

Embora o Espírito, a inclinação ou a disposição de invejar `resida' em todos nós, homens imperfeitos, isto não faz com que a inveja seja algo a ser tolerado à vista de Deus. As invejas são condenadas junto com a fornicação, a conduta desenfreada e as bebedeiras, como práticas aviltantes da carne, que impedem que alguém herde o reino de Deus. (Gál. 5,19-21) Mas, por que expressa Deus uma desaprovação tão forte da inveja?

O Catecismo diz:

2553 - A inveja é a tristeza sentida diante do bem de outrem e o desejo imoderado de dele se apropriar. É um vício capital. Porque a inveja se arraiga no egoísmo e é completamente alheia à personalidade, aos modos e aos tratos do Criador. A qualidade dominante de Deus é o amor, e ele reconhece como seus servos aprovados apenas os que manifestam tal amor.

O invejoso, a quem falta amor, recusa-se a se" alegrar com os que se alegram". (Rom. 12,15) Ele talvez até mesmo recorra à fraude, ao roubo ou a outras práticas desonestas no empenho de se apoderar do que os outros têm. Ou talvez procure rebaixar o abjeto de sua inveja, depreciando as realizações de tal pessoa por meio de indevida crítica ou por questionar sua capacidade e sua motivação.
A inveja dá assim à luz a rixa, a dissensão, as contendas, os ódios e até mesmo conflitos violentos, destruindo o que de outro modo poderiam ter sido boas relações com o próximo. É a isto que se refere Tiago 4,1. 2, onde lemos: "Donde procedem as guerras e donde vêm as lutas entre vós? Não vêm disso, a saber, dos vossos desejos ardentes de prazer sensual, que travam um combate nos vossos membros? Desejais, e ainda assim não tendes. Prosseguis assassinando e cobiçando, contudo, sois incapazes de obter."
Naturalmente, a tendência de invejar não se limita aos que procuram obter destaque e prosperidade por métodos desonestos. Por exemplo, o trabalho árduo e a eficiência são elogiáveis. Mas, alguém talvez dê muita ênfase a estes, por causa duma tendência de invejar. Como? Porque talvez trabalhe arduamente não para realizar algo meritório, mas com o desejo de ultrapassar outros no trabalho, na perícia ou na produtividade. A inveja o impele a procurar alcançar o que os outros alcançaram, e, de fato, a superá-los.
Este aspecto é reconhecido pelo escritor perspicaz de Eclesiastes: "Eu mesmo vi todo o trabalho árduo e toda a proficiência no trabalho, que significa rivalidade de um para com o outro; também isto é vaidade e um esforço para alcançar o vento." — Ecl. 4,4.
Quando a motivação de alguém no trabalho é maculada pela autoglorificação, todo interesse e simpatia da sua parte para com os outros amiúde ficam eclipsados. As limitações físicas e mentais deles recebem pouca ou nenhuma consideração. A competição e a rivalidade substituem o espírito de cooperação amigável. Talvez se use uma norma injusta de critério, de modo que a mera quantidade se torna a norma de comparação, deixando fora a consideração da qualidade ou do empenho sincero e altruísta que houve no trabalho do outro. O valor da pessoa talvez seja julgado principalmente pelo que pode produzir, em vez de pelo que é.
Certos esforços de ultrapassar os outros são prejudiciais, e os que fazem tais empenhos se 'esforçam para alcançar o vento', o mero nada. Quem divulga as suas realizações e se compara com os outros cria competição e inveja. Por tentar impressionar os outros com a sua própria superioridade, recusa-se em inveja a reconhecer as boas qualidades que os outros talvez possuam. Ele protege ciumentamente sua posição, temendo que outros possam tornar-se iguais a ele, e, talvez, até mesmo ultrapassá-lo.
Todas estas ações são contrárias à injunção bíblica dada aos cristãos: "Não fiquemos egotistas, atiçando competição entre uns e outros, invejando-nos uns aos outros." — Gál. 5,26.
Na Igreja, muitos cristãos precisam ter cuidado para que não comecem a pensar demais de si mesmos e de suas consecuções. Isto poderia levá-los a impedir que outros compartilhem de certos privilégios, só porque eles mesmos querem permanecer muito em destaque. Devem sempre lembrar-se de que Deus é Aquele que dá o aumento. A Igreja não pertence a um homem, mas a Deus. — Atos 20,28; 1 Cor. 3,7.
Relutar algum homem ou um grupo de homens que outros compartilhem das responsabilidades significaria agir contrário à orientação do espírito de Deus. O apóstolo Paulo instruiu Timóteo, como superintendente, a transmitir o que havia aprendido a "homens fiéis, os quais, por sua vez, estarão adequadamente habilitados para ensinar outros". (2 Tim. 2,2)
Portanto, o espírito correto é os padres se empenharem para ajudar outros homens na Igreja a alcançar as qualificações necessárias para servir com eles em cuidar das responsabilidades quer subconscientemente, que sua importância diminua na Igreja, agiriam não só contra os seus próprios interesses, mas também contra os interesses da Igreja inteira. É evidente que muitos homens habilitados podem realizar muito mais trabalho do que apenas um ou uns poucos.
Também, quanto mais sacerdotes habilitados a Igreja tiver, tanto maior será a totalidade das boas qualidades que podem ser conjugadas para a promoção de seus interesses espirituais.
A atitude correta para com deixar outros compartilhar os privilégios foi expressa por Moisés, quando ele disse a Josué: "Tens ciúmes em meu lugar? Não; quisera eu que todo o povo de Deus fosse profeta, porque Deus poria seu Espírito sobre eles!" — Núm. 11,29.
Deixar de mostrar esta atitude pode levar a sérias conseqüências. Durante o tempo de seu ministério terrestre, Jesus Cristo tornou isto muito claro aos seus apóstolos. Quando certo homem, evidentemente capacitado pelo Espírito de Deus, expulsou demônios à base do nome de Jesus, o apóstolo João e outros tentaram impedi-lo, porque não os acompanhava. Parece que achavam que este homem não fazia parte de seu grupo exclusivo e que sua realização de milagres, portanto, detraía da atividade deles. Quando Jesus soube disso, corrigiu-os. Depois acrescentou um forte aviso: "Quem fizer tropeçar a um destes pequenos que crêem, melhor lhe seria que se lhe pusesse em volta do pescoço uma mó daquelas que o burro faz girar e que fosse realmente lançado no mar." (Mar. 9,38-42)
Sim, tal atitude egocêntrica, conforme expressa pelos apóstolos, poderia ter levado os novos e humildes a tropeçar. Deus não faria pouco caso de tal proceder prejudicial.
Se desejarmos ter uma condição aprovada perante Deus, deveremos reconhecer a inveja pelo que é — um pecado contra Deus e o próximo, sim, a expressão dum espírito desamoroso. Em vista dos maus frutos que a inveja produz, temos bons motivos para odiá-la. Este ódio pode proteger-nos contra nos tornarmos invejosos e contra criarmos competição e inveja nos outros.
A língua hebraica tem apenas um radical para "ciúme" e "zelo". Referindo-se a humanos pecadores, certas palavras hebraicas com esta derivação podem ser traduzidas "inveja" ou "rivalidade". (Gênesis 26,14; Eclesiastes 4,4) A língua grega, porém, tem mais de uma palavra para "ciúme". A palavra zélos, assim como a sua equivalente hebraica, pode referir-se tanto ao ciúme próprio (zelo pelo que é certo) como ao ciúme impróprio (característica da pecaminosidade). Outra palavra grega, fthónos, tem um sentido puramente negativo. Em algumas versões bíblicas, ela é sempre traduzida "inveja".
Como a palavra fthónos era usada no grego antigo The Anchor Bible Dictionary declara: "Dessemelhante do homem ganancioso, o homem afligido por fthonos não necessariamente quer os bens que uma outra pessoa possui, fato que lhe causa despeito; ele simplesmente não quer que essa pessoa os possua. Ele difere do homem competitivo no sentido de que seu objetivo, dessemelhante daquele do homem competitivo, não é vencer, mas impedir que outros vençam.
"O invejoso muitas vezes nem se dá conta de que sua própria atitude é a causa principal dos seus problemas. "Uma das particularidades de fthonos", explica o mesmo dicionário, "é a falta de conhecimento de si próprio. O homem fthoneros, quando exortado a justificar sua conduta, dirá sempre a si mesmo e aos outros que as pessoas a quem ele ataca merecem isso e que a situação injusta é que o induz a criticar. Quando lhe perguntam como ele consegue falar dum amigo desse jeito, ele diz que sua crítica visa os melhores interesses do amigo".

O erudito bíblico Albert Barnes, do século 19, escreveu a respeito da inveja: "É uma das manifestações mais comuns de iniquidade e mostra claramente a profunda depravação do homem." Disse ainda: "Quem remontasse à origem de todas as guerras, e contendas, e planos do mundo — todas as tramas e objetivos, mesmo de professos cristãos, que contribuem tanto para macular sua religião e dar-lhes uma mentalidade mundana — ficaria surpreso de descobrir quanto a inveja teve parte nisso.
Dói-nos ver pessoas mais prósperas do que nós; queremos ter aquilo que os outros possuem, embora não tenhamos direito de fazer isso; e isso leva a diversas atuações culpáveis, usadas para diminuir o usufruto que eles têm dessas coisas, ou para nós mesmos as obtermos, ou para mostrar que eles não possuem tanto quanto se supõem que tenham. . . . porque assim se agradará o espírito de inveja no nosso íntimo." — Romanos 1,29; Tiago 4,5.
Em contraste, Barnes fez uma declaração interessante a respeito do amor, que "não é invejoso". (1 Coríntios 13,4, Imprensa Bíblica Brasileira) Ele escreveu: "O amor não inveja a felicidade que os outros têm, deleita-se com o bem-estar deles; e, ao passo que a felicidade deles é aumentada . . ., os que são influenciados pelo amor . . . não a diminuiriam; não os embaraçariam por terem essas posses; não minariam essa felicidade; não murmurariam, nem se lamentariam por não ser tão altamente favorecidos. . . . Se amássemos os outros — se nos alegrássemos com a sua felicidade, não os invejaríamos."
Mateus e Marcos, escritores de Evangelhos, usam a palavra grega fthónos para descrever a motivação dos responsáveis pelo assassinato de Jesus. (Mateus 27,18; Marcos 15,10) Sim, estes foram induzidos pela inveja. A mesma emoção prejudicial faz com que os apóstatas se tornem ferrenhos odiadores dos que antes eram seus irmãos. (1 Timóteo 6,3-5)
Não é de admirar que homens invejosos sejam impedidos de entrar no Reino de Deus! Deus decretou que todos os que continuam a estar "cheios de inveja . . . merecem a morte". — Romanos 1,29, 32; Gálatas 5,21.


Para citar este artigo:
OLIVEIRA, Emerson de. Apostolado Veritatis Splendor: COMENTÁRIO SOBRE A INVEJA. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5784. Desde 13/07/2009.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Filhos tornam o casamento mais feliz

FILHOS TORNAM O CASAMENTO MAIS FELIZ


Isso é o que prova uma pesquisa feita por cientistas de Glasgow, no Reino Unido. O que deixa você feliz - pensar no sorriso do seu filho, passar horas brincando com ele ou vendo aquele DVD no sofá pela 10ª vez? Pois uma pesquisa realizada em na Universidade de Glasgow, no Reino Unido, acaba de comprovar: casais que têm filhos são mais felizes.


E quanto maior o número de filhos, maior é a satisfação. O coordenador da pesquisa, Luis Angeles, acredita que o resultado é simples de entender: quando responderam sobre as coisas mais importantes de suas vidas, a maioria das pessoas casadas colocou os filhos no topo da lista. E a influência das crianças na satisfação dos pais está relacionada à maneira com que a família passa as horas de lazer e a satisfação da família com a vida social.


Confirma-se o ensinamento de Deus e da Igreja: "A tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos" (Familiaris Consortio, 28).


"O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida" (GS, 50; HV, 11; FC, 29).


"Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade". (Sl 126,3-5) "A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais". (Cat.§ 2373).


"Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais" (§ 2378).


O Papa João Paulo II disse:"Alguns perguntam-se se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores. Nasceu assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida.


"Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida" (Familiaris Consórtio, 30).


"Não tenham medo da vida". (João Paulo II)


Prof. Felipe AquinoComunidade Canção Nova

Nossa Senhora do Marrom Glacê


FRANCISCO ALMEIDA ARAÚJO, EX-PASTOR PROTESTANTE CONVERTIDO AO CATOLICISMO


O autor do livreto "Em Defesa da Fé", o agora diácono católico Francisco Almeida Araújo, publicou (na mesma obra) o seguinte testemunho, intitulado "Nossa Senhora do Marrom Glacê".
Nossa Senhora possui muitos títulos. Afinal, ela é Rainha por ser a Mãe do Rei dos Reis, Nosso Senhor Jesus Cristo. Como Rainha, é natural que tenha tantos títulos, sendo, no entanto, ela a única e mesma pessoa.
Esse inusitado, e até exótico título: "Nossa Senhora do Marrom Glacê " estou dando para narrar um pouco do muito amor que a Virgem Maria tem demonstrado por mim, pobre pecador. Seria longo contar todo o meu itinerário religioso. Não cabe fazê-lo aqui, nesse artigo. Pretendo contar toda a minha vida num livreto que estou preparando. Há certas passagens desse itinerário que não posso dele orgulhar-me. São tempos de contradição, paradoxais mesmo. Sei, no entanto, que Deus me permitiu tantas experiências para hoje reconhecer sua Misericórdia e poder melhor orientar alguns irmãos.
Na minha ignorância escrevi, ensinei e preguei contra a Igreja, o santo Padre, o Papa, seus Ministros, Eucaristia, a Virgem Maria...Tempos obscuros esses de cegueira espiritual. Nessa caminhada cheguei a ser ordenado Pastor protestante e professor de teologia em algumas Faculdades Protestantes.
Por que deixei de ser protestante e agora sou católico pela graça de Deus? É o que pretendo narrar aqui, mesmo que de forma muito resumida.
Tudo aconteceu por causa de um estudo que fiz sobre a Ceia do Senhor, em (I Coríntios 11,23-32) passagem que já havia pregado tantas vezes, que tinha estudado com seriedade. Ao ler os versículos 23 e 24: "Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o Pão, e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu Corpo que é entregue por vós..." Volto a afirmar: quantas vezes havia lido, estudado e pregado esse texto! Mas nesse dia foi diferente. As palavras do Senhor falaram fundo ao meu coração: "Isto é o meu Corpo".
Eu havia aprendido com meus professores de teologia, estudado nos compêndios clássicos da teologia protestante que o texto devia ser entendido com "representa" o meu corpo, "simboliza" o meu corpo. Eu havia aprendido ainda que tudo aquilo era um mero memorial, nem mesmo era sacramento, mas uma simples ordenança...Mas ali estava a Palavra de Deus dizendo claramente; "Isto é o meu Corpo".
Sem deixar transparecer tudo o que se passava em meu coração, sem nada revelar a ninguém, iniciei um estudo mais sério, mais cuidadoso, sobre o assunto. Li e reli várias vezes os Evangelhos e todo o restante do Novo Testamento em busca de uma resposta que acabasse com aquela dúvida em meu coração.
Após algum tempo de estudos, regados de lágrimas e orações, estando um dia de joelhos em meu quarto, a sós, com a Bíblia aberta sobre a cama, estudando no Evangelho de (João 6,25-71), descobri a maravilhosa verdade sobre a Eucaristia. Caí em prantos de alegria incontida. Havia, há poucas horas, me ajoelhado como um Pastor protestante, embora com o coração aflito, cheio de dúvidas, e eis que agora me levanto como Católico Apostólico Romano!
Deus seja bendito para sempre!Eu sabia que somente a Igreja Católica ensinava a verdade sobre a Eucaristia: a presença real do Cristo na Hóstia e no Vinho consagrados. É uma longa história contar como foi minha confissão para minha esposa e filhos... Todos bem integrados no Protestantismo: dois de meus filhos, os mais velhos, como co-pastores em Curitiba. Uma filha estudando teologia e um outro filho trabalhando também no meio protestante. Isso fica para o meu livrete. Também a reação dos meus irmãos Protestantes.
O que devo dizer é que sofri muito... Minha família também. Fui então procurar um Padre e confessar a ele a minha decisão e também dúvidas sobre tantos outros assuntos como: imagens, purgatório, comunhão dos Santos, virgindade perpétua de Nossa Senhora... Deus me guiou ao bom Monsenhor José Lélio Mendes Ferreira, pároco da igreja de São João Batista, em Atibaia, Estado de São Paulo. Ele me recebeu com muito amor e atenção, o que é próprio desse servo do Deus altíssimo. Apresentou-me ao piedoso e culto Bispo, meu grande bom amigo, Dom Antonio Pedro Misiara.
Fiz minha caminhada até reencontrar o Cristo na Eucaristia e ver posteriormente filhos fazendo a Primeira Comunhão. Quando deixei os Protestantes era mês de outubro. Fiquei portanto desempregado... Logo as economias se acabaram. Não conseguia emprego embora professor formado pela Universidade... Tudo porque era final de ano letivo. Sem que Mons. Lélio ou Senhor Bispo soubessem, eu e minha família ficamos sem alimentos... Como morávamos numa chácara, passamos a comer somente mandioca que ali existia. Acabaram-se as boas amigas mandiocas e ficamos dois ou três dias sem alimento algum. Rezávamos intensamente pedindo ajuda de Deus.
Com muito estudo, descobri na Palavra de Deus, a Bíblia, todas as maravilhas verdades sobre a Virgem Maria e sobre as santas doutrinas de nossa Igreja Católica. Tudo obra da graça de Deus.
Num desses dias de jejum forçado, uma de minhas filhas, a Susan (na época tínhamos oito filhos e hoje nove, graças a Deus) me disse: "Papai, estou morrendo de fome, mas sinceramente o meu maior desejo é comer um pedaço de marrom glacê ". É o doce preferido dela. Em resposta e sem pensar, lhe disse: "Pois vá ao seu quarto, dobre seus joelhos e peça à Virgem Maria uma lata de marrom glacê ". Ela respondeu firme: "Pois eu vou pedir agora mesmo, e quero ver se a Virgem Maria ouve mesmo orações" .
Um esclarecimento: já éramos católicos, mas dado ao bloqueio psicológico, devido aos anos de pregações ouvidas e livros lidos contra Nossa Senhora, não éramos capazes de rezar a "Ave Maria" ou outra oração Mariana, com convicção, com o coração. Tinha Nossa Senhora na mente, mas não sabia que faltava vir ao coração.Eu não sei, confesso-o, como transmitir aqui o que se passava comigo nesse sentido. Espero que o leitor me entenda.
Voltando ao momento em que ouvi aquela resposta de minha filha Susan, minha esposa que também a ouviu e o que havia dado como resposta à Susan, disse-me: "Você não devia ter dito isso, pois a Susan pode pedir uma lata de doce marrom glacê e não receber. Quem sabe Deus quer provar mais ainda nossa fé". Ela tinha razão e muito séria, o que contarei no meu livrete. Respondi então à minha esposa: "Vamos, então, para o nosso quarto pedir a Nossa Senhora que não permita a Susan perder sua fé, tão nova e ainda pequena".
Susan já estava fazendo o pedido em seu quarto. Eu e minha esposa nos ajoelhamos em nosso quarto, e rezamos uma "Ave Maria" e uma oração espontânea dirigida à Virgem Maria. Pedimos que guardasse a fé de Susan. É claro que não pedimos o marrom glacê.
No outro dia de manhã, alguém bate palmas lá no portão de entrada de nossa chácara. Pelo vitrô vi que era um jovem de barbas e com um crucifixo bem visível numa corrente ao pescoço. Vi logo que não eram os meus irmãos Protestantes que novamente vinham discutir Bíblia comigo, na vã tentativa de demover-me de ser católico. Meu filho Alden correu e abriu o portão. Ele, o jovem, se fazia acompanhar de também uma jovem senhora. Estavam num carro "Fusca" amarelo.
Eu, esposa e filhos já estávamos na varanda para recebê-los. O jovem então disse: "Pastor Francisco, eu sou o Padre José Carlos Brilha" (o meu bom amigo Padre Brilha!) e essa é a Magui? (apelido carinhoso de Maria Guilhermina Michele). Disse então, do prazer em conhecê-los. Ainda na varanda, Magui me disse que estava trazendo de presente para nós alguns alimentos.
Mal acabando de dizer essas palavras, abriu a porta do seu carro, do lado do motorista, reclinou o banco e de uma das caixas que se encontravam sobre o banco traseiro, retirou uma lata e olhando para minha filha Susan, Disse: "E essa lata de doce foi Nossa Senhora que lhe mandou". Era uma lata de marrom glacê!Nossa Senhora atende orações sim. Ali estava a prova. Ela atendeu o pedido de Susan.
Oito filhos, e abaixo da Susan um filho e uma filhinha. Por que logo para Susan? Sim, eu sei a resposta. Era a Mãe do Céu que queria entrar no meu coração, no coração daquela família. Não bastava tê-la em nossa mente. Aquele momento foi de lágrimas e de louvor ao Altíssimo Deus por nos ter dado tão sublime Mãe. Naquele momento, nosso amor e nossa fé na Virgem Maria cresceu profundamente. Foi como o desabrochar de uma flor.
Desde aquela data, estamos trabalhando no Reino de Deus, falando das glórias da Virgem Maria onde quer que vamos. Muitas e muitas graças eu e minha família temos recebido pelas mãos de Nossa Senhora.
Pelas mãos da Mãe do Céu viemos residir em Anápolis, Goiás, e aqui pelas mãos santas do nosso muito amado Bispo Dom Manoel Pestana Filho, esse culto e inteligente defensor da sã doutrina, nosso orientador espiritual, nosso líder da Fé, recebemos a Ordenação ao Diaconato Permanente. Somos Diácono de Cristo a serviço de Nossa Senhora. Sou Diácono da Virgem Maria. Glória a Deus!
Penso que os leitores entenderam agora a razão do título que dei à Virgem Maria neste artigo. Voltaremos, se Deus nos permitir, a falar das glórias da Virgem Maria.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Os Sacramentos

OS SACRAMENTOS

Por Leandro Martins de Jesus

Fonte: Catecismo da Igreja Católica

Com a manifestação pública da Igreja ao mundo, pela efusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes (cf. At 2,1s), inicia-se um "novo tempo" para a humanidade, o tempo da Igreja.

Neste novo tempo, a Igreja por meio de sua liturgia é encarregada de manifestar, tornar presente e comunicar a obra de salvação do Cristo, que vive e age na Igreja, que é o seu corpo.

"No dia de Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, a Igreja é manifestada ao mundo. O dom do Espírito inaugura um tempo novo na "dispensação do mistério": o tempo da Igreja, durante o qual Cristo manifesta, toma presente e comunica sua obra de salvação pela liturgia de sua Igreja, "até que ele venha" (1 Cor 11,26). Durante este tempo da Igreja, Cristo vive e age em sua Igreja e com ela de forma nova, própria deste tempo novo. Age pelos sacramentos" (CIC §1076).

É por meio dos Sacramentos que a Igreja dispensa as graças de Cristo aos fiéis. A Igreja "como que o sacramento" age como sinal e instrumento, é por meio dela que o Espírito Santo dispensa o mistério salvífico de Cristo. A Igreja com suas ações litúrgicas, embora peregrina nesta terra, já participa antecipadamente da liturgia celeste "Sentado à direita do Pai" e derramando o Espírito Santo em seu Corpo que é a Igreja, Cristo age agora pelos sacramentos, instituídos por Ele para comunicar sua graça. Os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e ações), acessíveis à nossa humanidade atual. Realizam eficazmente a graça que significam em virtude da ação de Cristo e pelo poder do Espírito Santo (CIC § 1084)

Toda a liturgia da Igreja gira em torno do sacrifício eucarístico e dos sacramentos (1), que são sete, a saber: Batismo, Confirmação ou Crisma, Eucaristia, Penitência ou Confissão, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio.
Cristo enquanto caminhou no mundo antes de sua morte e ressurreição, realizava a obra salvífica de Deus através de todas as suas palavras e ações (cf. Lc 5,17; 6,19; 8,46), atencipando dessa forma o poder do seu mistério pascal. Diz-nos S. Leão Magno, "aquilo que era visível em nosso Salvador passou para os mistérios" (Sermão 74,2 apud CIC § 1116)

Assim como a Igreja iluminada pelo Espírito Santo distinguiu o cânon das Sagradas Escrituras, de forma análoga distinguiu também o tesouro dos sacramentos, os quais são da Igreja num duplo sentido, existindo "por meio dela" e "para ela" (Igreja).

"Os sacramentos são "da Igreja" no duplo sentido de que existem "por meio dela" e "para ela". São "por meio da Igreja", pois esta é o sacramento da ação de Cristo operando em seu seio graças à missão do Espírito Santo E são "para a Igreja", pois são esses "sacramentos que fazem a Igreja"; com efeito, manifestam e comunicam aos homens, sobretudo na Eucaristia, o mistério da comunhão do Deus amor, uno em três pessoas." (cf. CIC § 1118)

Quando se diz que os Sacramentos são "sinais eficazes da graça de Deus" (cf. CIC § 1131), este fato verdadeiramente ocorre, visto agir neles (Sacramentos) o próprio Cristo, por meio de sua obra salvífica. Assim sendo, os Sacramentos atuam "ex opere operato" (pelo próprio fato de ação ser realizada), independente da justiça ou santidade de quem o confere ou de quem o recebe. Entretanto, a frutuosidade do Sacramento validamente recebido, dependerá das disposições de quem o recebe.(2)

"A partir de momento em que um sacramento é celebrado em conformidade com a intenção da Igreja, o poder de Cristo e de seu Espírito agem nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro. Contudo, os frutos dos sacramentos dependem também das disposições de quem os recebe". (cf. CIC § 1128)

É importante frisar que os sacramentos são necessários à salvação, visto serem os canais da graça de Cristo a atingir o homem, curando-o, transformando-o, conformando-o à Jesus, unindo-o de forma vital ao Salvador. (cf. CIC 1129)

NOTAS

(1) " 6. Portanto, como Cristo foi enviado pelo Pai, assim também ele enviou os apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só porque, pregando o Evangelho a todos os homens anunciassem que o Filho de Deus com a sua morte e ressurreição nos livrou do poder de satanás e da morte e nos transferiu para o reino do Pai, mas também para que levassem a efeito, por meio do sacrifício e dos sacramentos, sobre os quais gira toda a vida litúrgica, a obra de salvação que anunciavam. Assim pelo batismo os homens são inseridos no mistério pascal de Cristo: com ele mortos, sepultados, e ressuscitados; recebem o espírito de adoção de filhos, "no qual clamam: Abba, Pai " (Rm 8,15), e se tornam assim verdadeiros adoradores que o Pai procura. Do mesmo modo, toda vez que come a ceia do Senhor, anunciam a sua morte até que venha. Por esse motivo, no próprio dia de Pentecostes, no qual a Igreja se manifestou ao mundo, "os que receberam a palavra" de Pedro "foram batizados". E "perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comum fração do pão e na oração… louvando a Deus e sendo bem vistos por todo o povo" (At 2,41-47). Desde então, a Igreja jamais deixou de reunir-se para celebrar o mistério pascal: lendo "tudo quanto nas Escrituras a ele se referia" (Lc 24,27), celebrando a eucaristia na qual "se representa a vitória e o triunfo de sua morte" e, ao mesmo tempo, dando graças "a Deus pelo seu dom inefável" (2Cor 9,15) em Cristo Jesus, "para louvor de sua glória" (Ef 1,12) por virtude do Espírito Santo." (cf. Sacrosanctum Concilium n. 6)


(2) "É claro, porém, que a frutuosidade dos sacramentos depende das disposições pessoais de quem os recebe: ninguém é santificado sem que se abra ao dom de Deus, removendo os obstáculos à graça (o apego aos pecados e as más inclinações...)" (D. Estêvão T. Bettencourt, OSB in: Curso de Iniciação Teológica por correspondência, Módulo 30, p.119)



Para citar este artigo:

JESUS, Leandro Martins de. Apostolado Veritatis Splendor: OS SACRAMENTOS.. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5660. Desde 30/03/2009.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Entendendo a doutrina das Indulgências

ENTENDENDO A DOUTRINA DAS INDULGÊNCIAS


Por Leandro Martins de Jesus

"A doutrina e o uso das indulgências vigentes na Igreja Católica há vários séculos encontram sólido apoio na revelação divina, a qual vindo dos Apóstolos "se desenvolve na Igreja sob a assistência do Espírito Santo", enquanto "a Igreja, no decorrer dos séculos, tende continuamente para a plenitude da verdade divina, até que se cumpram nela as palavras de Deus".

Muito se diz acerca da doutrina das Indulgencias, de forma a depreciar a Igreja Católica, com base em sofismas e argumentos desprovidos do real conhecimento do que se trata.

A primeira objeção às indulgências, sobretudo de base protestante, afirma que a mesma seria "perdão dos pecados" ou mesmo a "venda do perdão" [1]. Nada de mais falso e incoerente.
Ensina com exatidão o Catecismo da Igreja Católica (CIC), o que são as indulgencias:

"A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, (remissão) que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos." (CIC § 1471)

Fica claro a partir dessa definição do Catecismo que a indulgência não é o perdão dos pecados, mas sim, a "a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa". Outro fator de suma importância a ser observado é que a indulgência ocorre "pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos"

É preciso compreender que o pecado gera uma dupla conseqüência para o homem: a pena eterna (culpa) e a pena temporal (pena). A pena eterna caracteriza-se pela privação da comunhão com Deus, que ocorre com a prática do pecado grave ou mortal (também o pecado venial acarretando um "apego prejudicial às criaturas", produz a pena temporal que necessita ser expiada).
A pena eterna (culpa) é remida através do Sacramento da Confissão ou Penitência. A pena temporal caracteriza-se pela violação da ordem natural estabelecida pelo Criador (as conseqüências do pecado cometido, que devem ser reparadas).
Diz S. Tomás de Aquino: "Sendo o pecado um ato desordenado, é evidente que todo o que peca, age contra alguma ordem. E é, portanto decorrência da própria ordem que seja humilhado. E essa humilhação é a pena"
(S. Th. 1-2,q87, a.1; DI, ref.3 apud Aquino Felipe. In: O Purgatório: o que a Igreja ensina, p.44). A pena temporal é expiada através das obras de penitencia e/ou das indulgências ("obras indulgenciadas"). [2]

"As indulgencias não significam venda do perdão de pecados, como se diz freqüentemente, mas são obras que devem ser praticadas com profundo amor à Deus e total repúdio do pecado já absolvido pelo sacramento da penitencia; a fim de que o amor à Deus assim excitado apague os resquícios do pecado que costumam permanecer no cristão mesmo após a absolvição sacramental"
(D. Estêvão Bettencourt,OSB. In: PR nº 555, p.384)

As indulgências surgem na história da Igreja aproximadamente no século IX. Nos primeiros séculos do cristianismo, a absolvição dos pecados ocorria somente após o pecador prestar satisfação do pecado cometido (penitencia pública), para tirar do seu íntimo as raízes do pecado, e para isto, tinha que submeter-se a rigorosa penitência (quaresma de Jejum com o penitente vestido de sacos e silício, auto-flagelação, viver de esmolas, etc).
Havia também neste tempo os "Confessores da Fé", cristãos piedosos que encontrava-se encarcerados pelos perseguidores, aguardando o dia da execução, assim, os penitentes recorriam à intercessão destes futuros mártires da fé, que escreviam uma carta ao Bispo (chamadas de "cartas de paz"), para que a pesada penitencia (pena temporal) fosse remida pelos sofrimentos daquele mártir.

"Com este documento [a "cartas de paz"] entregue ao bispo, o penitente era absolvido da pesada penitencia pública que o confessor lhe impusera (...) a pena temporal que a penitencia satisfazia. Assim, transferia-se para o pecador arrependido, o valor satisfatório dos sofrimentos do mártir". (Aquino Felipe. In: O Purgatório: o que a Igreja ensina, p.41)

Dessa forma, a Igreja, depositária dos méritos de Cristo e dos Santos [3], gradativamente começa a aplicá-los aos penitentes, que muitas vezes não tinham condições físicas para cumprir as pesadas penitencias da época, assim, a partir do século IX começam a surgir as obras indulgenciadas, que eram obras mais brandas (visita a um Santuário, uma peregrinação, orações como o terço, esmolas, etc), às quais a Igreja pela autoridade dada por Deus [4] aplicava o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos.
As indulgências eram calculadas em dias, semanas, meses ou anos, por exemplo, uma indulgência de 40 dias equivalia a 40 dias de alguma penosa penitencia (p.ex. um jejum de 40 dias a pão e água), comutada por uma obra indulgenciada. [5]

Desde o século VI e também com o advento das obras indulgenciadas (século IX), a praxe da Igreja no tocante à absolvição dos pecadores, passa a ocorrer da seguinte forma: o pecador recorria ao Sacramento da Confissão e depois de absolvido da pena eterna (culpa), cumpriria alguma obra indulgenciada para a remissão da pena temporal devida (pena).

É imperativo que se saiba, que as comutações das pesadas penitencias para as obras indulgenciadas tem seu apoio nas Sagradas Escrituras, como se depreende do texto de Levítico 5,7.11, onde se observa comutações de obrigações dos fiéis, quando estes não tinham como cumprir o prescrito: "Se não houver meio de se obter uma ovelha ou uma cabra, oferecerá ao Senhor em expiação pelo seu pecado duas rolas ou dois pombinhos, um em sacrifício pelo pecado e o outro em holocausto.(...) Se não houver meio de se encontrarem duas rolas ou dois pombinhos, trará como oferta, pelo pecado cometido, o décimo de um efá de flor de farinha em sacrifício pelo pecado. Não lhe deitará azeite nem lhe porá incenso, porque é um sacrifício pelo pecado" (Lv 7,5.11)

Outro fator importante a ser observado, é que a obtenção das indulgências não eram (nem são) feitas de forma mecânica ou burocrática, requer-se do penitente absolvido pelo Sacramento da Confissão, total horror ao pecado, e piedoso amor à Deus, de forma a possuir reta intenção de não mais incorrer no pecado, com o auxílio da graça de Deus.

Após o Concílio Vaticano II (1962-1965), o Papa Paulo VI promoveu uma revisão da disciplina das indulgências através da Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina
em 01/01/1967 (tal revisão não invalidou nada de essencial que era aplicado anteriormente). A
s indulgencias deixaram de ser contadas em "dias, meses ou anos", passando a ser somente indulgência parcial ou plenária.

"N. 2. A indulgência é parcial ou plenária, conforme libera parcial ou totalmente da pena devida pelos pecados." (cf. Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina

"(...) "A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberar parcial totalmente da pena devida pelos pecados." Todos os fiéis podem adquirir indulgências (...) para si mesmos ou aplicá-las aos defuntos." (CIC § 1471)

A doutrina das indulgências é uma graça que Deus deu à Sua Igreja, para auxiliar na santificação de seus filhos, visando estimulá-los a uma vida fervorosa, animada pela fé, caridade e configuração ao nosso Salvador Jesus Cristo.
Com efeito, ensinou o Papa Paulo VI: "Para brevemente relembrar os principais benefícios, a usança salutar das indulgências ensina "como é triste e amargo ter abandonado o Senhor Deus". Pois os fiéis, quando se empenham em ganhar as indulgências, compreendem que por suas próprias forças não podem expiar o prejuízo que se infligiram a si mesmos e a toda a comunidade, e por isso são excitados a uma salutar humildade.
Além disso, o uso das indulgências ensina com que íntima união em Cristo estamos ligados uns aos outros e que ajuda a vida sobrenatural de cada um pode trazer aos outros, a fim de mais fácil e estreitamente se unirem ao Pai.
Assim, o uso das indulgências inflama eficazmente a caridade e de modo excelente a exerce quando se leva um auxílio aos irmãos adormecidos em Cristo.
(cf. Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina

Para saber mais acerca da Doutrina das Indulgencias, recomendo a leitura da Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina
http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_constitutions/documents/hf_p-vi_apc_01011967_indulgentiarum-doctrina_po.html do Papa Paulo VI.

Bibliografia:
AQUINO, Felipe. O Purgatório: o que a Igreja ensina. Lorena – SP: Cléofas, 2006.

BETTENCOURT, Estevão. Indulgencias: Que são? In: Pergunte e Responderemos, ano XLIX, setembro de 2008, nº 555.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – Edição típica Vaticana. São Paulo: Loyola, 2000.

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Notas
[1] "Deve-se observar também que a Igreja nunca vendeu o perdão dos pecados, nem vendeu indulgencias. Mais: quando a igreja indulgenciava a prática de esmolas, não tencionava dizer que o dinheiro produz efeitos mágicos, mas queria apenas fomentar a caridade ou as disposições íntimas do cristão como fator de purificação interior. Não há duvida, porém, de que pregadores populares e muitos fiéis cristãos dos séculos XV/XVI usaram de linguagem inadequada ou errônea ao falar de indulgências" (D. Estêvão Bettencourt,OSB. In: PR nº 555, p.388)
[2] "Na Idade Média, a Igreja, com a certeza de que ela é a depositária dos méritos de Cristo (...) começou a aplicar isto aos seus filhos pecadores (...) entenderam que podiam aplicar esses méritos em favor dos penitentes que deviam cumprir penitências rigorosas. Assim surgiram as "obras indulgenciadas", que substituíam as pesadas penitências (...) A partir daí, a remissão da pena temporal do pecado, obtida pelas prática dessas "obras indulgenciadas", tomou o nome de "indulgência".
[3] "Em vista da expiação dos pecados, existe na Igreja um tesouro infinito de méritos que Cristo adquiriu mediante a sua Paixão e Morte; esse tesouro frutificou nos méritos da Bem – aventurada Virgem Maria e dos Santos. É o chamado "tesouro da Igreja". (D. Estêvão Bettencourt,OSB. In: PR nº 555, p.385); "Na comunhão dos santos, "existe certamente entre os fiéis já admitidos na posse da pátria celeste, os que expiam as faltas no purgatório e os que ainda peregrinam na terra, um laço de caridade e um amplo intercâmbio de todos os bens". Neste admirável intercâmbio, cada um se beneficia da santidade dos outros, bem para além do prejuízo que o pecado de um possa ter causado aos outros. Assim, o recurso à comunhão dos santos permite ao pecador contrito ser purificado, mais cedo e mais eficazmente, das penas do pecado. Esses bens espirituais da comunhão dos santos também são chamados o tesouro da Igreja, "que não é uma soma de bens comparáveis às riquezas materiais acumuladas no decorrer dos séculos, mas é o valor infinito e inesgotável que têm junto a Deus as expiações e os méritos de Cristo, nosso Senhor, oferecidos para que a humanidade toda seja libertada do pecado e chegue à comunhão com o Pai. É em Cristo, nosso redentor, que se encontram em abundância as satisfações e os méritos de sua redenção". "Pertence, além disso, a esse tesouro o valor verdadeiramente imenso, incomensurável e sempre novo que têm junto a Deus as preces e as boas obras da Bem aventurada Virgem Maria e de todos os santos que, seguindo as pegadas de Cristo Senhor, por sua graça se santificaram e totalmente acabaram a obra que o Pai lhes confiara, de sorte que, operando a própria salvação, também contribuíram para a salvação de seus irmãos na unidade do corpo místico." (CIC § 1475-1477) [destaque nosso]
[4] A indulgência se obtém de Deus mediante a Igreja, que, em virtude do poder de ligar e desligar que Cristo Jesus lhe concedeu, intervém em favor do cristão, abrindo-lhe o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos para obter do Pai das misericórdias a remissão das penas temporais devidas a seus pecados. Assim, a Igreja não só vem em auxílio do cristão, mas também o incita a obras de piedade, de penitência e de caridade. (CIC § 1478); "Cristo confiou à sua Igreja as chaves para administrar o tesouro da redenção, como se depreende de textos, como o de Mt 16,16-19; 18,18; Jo 20,22s." (D. Estêvão Bettencourt,OSB. In: PR nº 555, p.385)
[5] "Esta praxe ficou em vigor até os tempos recentes da Igreja. Quando, antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), se falava de "indulgencia de 100, 300 dias, um ou mais anos", não se designava um estágio no purgatório, pois neste não há dias nem anos. Com essa contagem, indicava-se o perdão da expiação que outrora alguém prestaria fazendo 100, 300 dias, um ou mais anos de penitencia rigorosa, avaliada segundo a praxe da Igreja antiga." (D. Estêvão Bettencourt,OSB. In: PR nº 555, p.387)

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Para citar este artigo:

JESUS, Leandro Martins de. Apostolado Veritatis Splendor: ENTENDENDO A DOUTRINA DAS INDULGÊNCIAS. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5663. Desde 27/03/2009.