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segunda-feira, 8 de março de 2010

Um convento no Coração da Igreja

UM CONVENTO NO CORAÇÃO DA IGREJA
No coração do Vaticano, à sombra da cúpula de São Pedro, há um convento consagrado à Mãe da Igreja. Sua construção é antiga, simples, e foi adaptada, alguns anos atrás, para as necessidades de uma ordem contemplativa. A idéia de ter, dentro do Vaticano, um mosteiro contemplativo que tivesse como missão rezar pelo Papa e pela Igreja, foi de João Paulo II.
Sua inauguração se deu dia 13 de maio de 1994, memória de Nossa Senhora de Fátima. Essa tarefa é confiada, cada cinco anos, a uma diferente ordem contemplativa. A primeira comunidade internacional era composta por Clarissas provenientes de seis diferentes países: Itália, Canadá, Ruanda, Filipinas, Bósnia e Nicarágua. Sucessivamente, foram substituías pelas Carmelitas, que continuaram a rezar e a oferecer a vida pelas intenções do Papa.
Desde o dia 7 de outubro de 2004, festa de Nossa Senhora do Rosário, encontram-se no mosteiro sete Irmãs Beneditinas, de quatro diferentes nacionalidades. Uma é filipina, uma vem dos Estados Unidos, duas são francesas e três, italianas.
Com essa fundação, João Paulo II mostrava à opinião pública mundial, sem palavras, mas de maneira clara, quanto a vida contemplativa é importante e indispensável, mesmo em nossos tempos, e quanto valor ele atribuía à oração no silêncio e ao sacrifício oculto. Ele queria ter próximas de si as religiosas de clausura para que rezassem por ele e por seu pontificado, pois estava convicto de que a fecundidade de seu ministério de pastor universal e o êxito espiritual de sua imensa obra proviriam, em primeiro lugar, da oração e dos sacrifícios de outros.
O Papa Bento XVI tem a mesma convicção. Duas vezes foi celebrar a santa Missa junto às “suas irmãs”, agradecendo-lhes pela oferta de suas vidas.As palavras que dirigiu, dia 15 de setembro 2007, às Clarissas de Castel Gandolfo, valem para as irmãs de clausura do Vaticano: “Eis então, queridas Irmãs, o que o Papa espera de vós: que sejais chamas ardentes de amor, “mãos postas” que vigiam em oração incessante, totalmente separadas do mundo, para apoiar o ministério daquele que Jesus chamou para guiar a sua Igreja”.
Não é por acaso que o Papa João Paulo II escolheu ordens femininas para essa tarefa. Na história da Igreja, seguindo o exemplo da Mãe de Deus, sempre foram as mulheres a acompanhar e apoiar, com orações e sacrifícios, o caminho dos apóstolos e dos sacerdotes em suas atividades missionárias. Por isso, as ordens contemplativas consideram como próprio carisma “a imitação e a contemplação de Maria”. Madre M. Sofia Cicchetti, atual priora do mosteiro, define a vida de sua comunidade como uma vida mariana cotidiana: “Nada é extraordinário aqui. Nossa vida contemplativa e claustral somente pode ser compreendida à luz da fé e do amor de Deus. Em nossa sociedade consumista e hedonista, parece ter desaparecido tanto o sentido da beleza e do estupor perante as grandes obras que Deus realiza no mundo e na vida de cada homem e mulher, quanto a adoração pelo mistério de Sua amorosa presença junto a nós.
No contexto do mundo de hoje, nossa vida, afastada do mundo, mas não indiferente a ele, poderia parecer absurda e inútil. No entanto, podemos testemunhar com alegria que não é uma perda doar o tempo só para Deus. Lembra a todos, profeticamente, uma verdade fundamental: a humanidade deve ancorar-se em Deus. Queremos ser como “Moisés”: com os braços erguidos e o coração dilatado por um amor universal, intercedemos pelo mundo, tornando-nos, dessa forma, “colaboradoras no mistério da redenção” (cf Verbi Sponsa, 3).
Nossa tarefa se funda mais que no “fazer”, no “ser” nova humanidade. À luz de tudo isso, podemos dizer que nossa vida é rica de sentido; não é perda e desperdício, nem recusa ou fuga do mundo, mas alegre doação a Deus-Amor e a todos os irmãos sem exclusão, e aqui, no “Mater Ecclesiae”, em particular pelo Papa e seus colaboradores”. Irmã Chiara-Cristiana, superiora das Clarrissas da primeira comunidade no Vaticano, testemunha: “Quando cheguei aqui, encontrei a vocação na minha vocação: dar a vida pelo Santo Padre como Clarissa. Assim foi para todas as outras co-irmãs”.Madre M. Sofia confirma: “Nós, como Beneditinas, somos profundamente ligadas à Igreja que está no mundo inteiro, e sentimos, portanto, um grande amor pelo Papa, onde quer que estejamos.
Certamente, ser chamadas tão próximas a ele – inclusive fisicamente – neste mosteiro “original”, aprofundou o amor por ele. Procuramos transmitir isso a nossos mosteiros de origem. Sabemos que somos chamadas a ser mães espirituais em nossa vida oculta e no silêncio. Entre nossos filhos espirituais, ocupam um lugar privilegiado os sacerdotes e os seminaristas, e todos os que se dirigem a nós pedindo apoio para suas vidas e seu ministério sacerdotal. Nossa vida quer ser “testemunho da fecundidade apostólica da vida contemplativa, em imitação de Maria Santíssima, que no mistério da Igreja apresenta-se de maneira eminentemente singular como virgem e mãe” (cf LG 63).
Fonte: Revista Adoração Eucarística pela Santificação dos Sacerdotes e Maternidade Espiritual, da Congregação para o Clero