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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Vestir-se de CAMISINHA ou de Cristo?

Esse texto diz tudo... minha sugestão de leitura de hoje.

Paz e bem

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Vestir-se: de camisinha ou de Cristo?


(...) "Vista-se! Use camisinha!" É este o eloqüente lema da campanha governamental...


Bem diferente da proposta que a Escritura apresenta aos cristãos: "Revesti-vos do Cristo Jesus e não satisfareis os desejos da carne!"


Como podemos ver, não pode haver acordo entre a mentalidade mundana do Governo e a mentalidade cristã: as perspectivas são diferentes, os caminhos são antagônicos! Eis aqui, portanto, um pequeno exemplo de dois modos de pensar e viver totalmente diferentes: o modo segundo o cristianismo e o modo segundo o mundo, o modo do Evangelho e o modo da sociedade atual.


O primeiro modo fundamenta-se em Jesus, no seu jeito de viver, no seu amor que se nos deu todo e nos pede o risco de lhe dar tudo. Esse modo de viver somente é possível, somente é compreensível para quem encontrou Jesus, quem o experimentou na estrada da existência como sua vida e seu encanto.


Quem não se apaixonou por Jesus e não vive segundo o seu Espírito, jamais compreenderá as exigências e propostas do Evangelho...


O segundo modo de viver, o do mundo atual, fundamenta-se no próprio homem, sempre sedento, sempre buscando, mas, coitado, tão quebrado interiormente, entregue a sonhos tão belos e ilusões tão loucas, dilacerado por tantos desejos e paixões...


A medida do primeiro modo de viver é o Cristo, o Homem Novo, o Homem como Deus sonhou desde o princípio, o modelo de todo ser humano autenticamente realizado, modelo tão luminoso que nos cega!


A medida do modo de pensar do mundo atual é o velho Adão, o homem quebradiço, sempre tentado a ser Deus, senhor do bem e do mal! Tentado a ser Deus, mas que não passa de pó que ao pó vai tornando...


Mas, voltemos ao preservativo do Lula, e à questão da sexualidade, de modo geral. Neste tema específico, como já afirmei, os caminhos do cristianismo e do mundo atual, pós-cristão e neo-pagão, são totalmente diferentes. Eis: para o cristianismo, a sexualidade não se reduz à genitalidade nem muito menos ao prazer erótico. Envolve, sim, o homem todo e, por isso, deve também ser colocada no âmbito da fé, sob o senhorio de Cristo.


No plano de Deus manifestado em Jesus Cristo, o sexo e o ato sexual devem ser sinal de verdadeiro amor, celebração deste, como abertura generosa e madura para o outro e para a vida, como dom e oblação responsável e comprometida, que fazem a vida feliz. Sexo, portanto, é algo profundamente humano, empenhativo, comprometedor, envolvente; é algo a ser vivido com seriedade.


A sexualidade é uma realidade profundamente positiva, mas quebrada e ambígua, como tudo que é humano. O homem é um ser ferido, desfigurado pelo pecado e somente em Cristo pode ser transfigurado à imagem do Homem Novo, verdadeiro Adão. Ora, quanto mais uma realidade é profunda, quanto mais finca suas raízes no fundo da existência humana, tanto mais tal realidade é marcada pela quebradura e ambigüidade humanas: tanto nos pode construir e fazer felizes, quanto nos pode alienar de nós mesmos e daquela imagem que Deus, desde o início, imprimiu em nós.


Precisamente por ser tão profunda na vida humana, a sexualidade é tão quebradiça e ambígua! Entregue a si mesma, à sua força cega, tiraniza e escraviza, gerando solidão desagregadora; mas, iluminada por Cristo, torna-se expressão e sinal de amor, de comunhão e de entrega que faz feliz! Portanto, na visão cristã, a sexualidade é para o homem e deve ser integrada por ele no conjunto da sua vida, deve ser caminho e instrumento do seu percurso para Deus e para os outros.


Daí, para os cristãos, a castidade (= reto uso da sexualidade, de acordo com o Evangelho) e a continência (= a livre renúncia à relação sexual temporária ou permanentemente) são valores, pois ajudam a humanizar a sexualidade, colocando-a a serviço da nossa relação com Deus, conosco e com os outros, fazendo-nos senhores de nós e, portanto, mais maduros.


Eis o motivo do “não” da Igreja à permissividade, às relações fora do casamento, ao uso indiscriminado de anticoncepcionais, à aberrante "educação" sexual que se limita à propaganda de preservativos, incentivando subliminarmente as relações sexuais irresponsáveis e prematuras. Enganam-se ou usam de má fé os que afirmam que a Igreja tem uma visão negativa ou castradora da sexualidade.


O que ela tem, inspirada pelo Evangelho, é uma visão do ser humano que não pode aceitar que seja desfigurada aquela imagem que Deus imprimiu em nós desde o princípio, quando, através de Cristo e para Cristo, nos criou, para que tragamos em nós a reflexo do Homem Novo, vencedor do pecado e da morte.


Não espero que o mundo compreenda essas coisas, mas que os cristãos e as pessoas de boa vontade – crentes ou não – compreendam os motivos da Igreja.


Pode-se não concordar com ela, mas não se pode simplesmente banalizar e desprezar com honestidade os seus motivos.


Uma coisa é certa: o critério dos cristãos não é o pensamento único globalizado, burguês-capitalista, dominante no mundo atual, mas o sempre novo, sempre incômodo e sempre fascinante Jesus de Nazaré, o Cristo, nosso Deus.


Cônego Henrique Soares da Costa.
Fonte: Site Padre Henrique
http://www.padrehenrique.com/artigos.htm#