INFLUÊNCIAS TECNOLÓGICAS SOBRE A FAMÍLIA
Os anticoncepcionais. A pílula anticoncepcional entrou no mercado em 1960 e revolucionou a sexualidade, a procriação e a família. Os métodos artificiais de planejamento familiar suplantaram os métodos naturais, propiciaram o controle da natalidade por parte dos governos e hoje temos um envelhecimento galopante, além da mentalidade contra a vida e a permissividade moral. Precisamos propagar os métodos naturais e inverter a realidade.
O vídeo game. Nossas crianças recebem lições de violência, pornografia e a exaltação do herói e do mais forte através do vídeo game. Estes filmes e jogos incitam a velocidade do pensamento, "Síndrome do Pensamento Acelerado" (SPA) provocando agitação, impaciência, impulsividade, agressividade, compulsão por novos estímulos. Os pais devem impor limites, dizer não ao vício e cobrar o horário estipulado.
A televisão. Aos 7 anos de idade uma criança já passou 3.000 horas diante da televisão. Introjetou todas as imposições do consumismo. A criança é a maior vítima. A TV é a catequista do consumismo, da lavagem cerebral, dos interesses do mercado. Os Meios de Comunicação, porem tem a missão de humanização, de promoção da dignidade humana, do serviço à verdade, do crescimento da família humana.
O bebê de proveta. A técnica sem ética destrói a vida e a família. Congelamento e eliminação de embriões, clonagem, vasectomia, procriação artificial, são alguns dentre tantos problemas éticos e tecnológicos que influenciam e desrespeitam a vida, a sexualidade, o matrimonio e a família. A humanidade não pode recriar-se só pelos "prodígios da técnica". O homem degrada-se quando quer ser produtor e salvador de si mesmo. A mentalidade tecnicista sem a reverência pela vida, pela pessoa, pela família desrespeita a lei natural e o desígnio do Criador.
O progresso técnico é um bem, mas a absolutização da tecnologia além de ambígua, é perigosa. Sem homens retos e o respeito pelo bem comum, o desenvolvimento integral é impossível, porque se cai na ilusão da onipotência. A tecnologia absolutizada é um novo ídolo.
A internet. Quando usada com bom senso e para o bem a internet é um prodígio que promove a cultura, facilita o intercambio, poupa fadigas. Outra coisa é, seu mau uso. Como sabemos viabiliza fraudes e roubos, afasta a pessoa da convivência e do relacionamento social e pessoal. Experimentamos uma série de desafios e até de degradações: pedofilia, permissividade, desarmonia familiar e separação conjugal, familiar, namoro virtual, erotização e perversão da sexualidade, dependência da moda etc. Percebemos como a ciência tem necessidade da reta consciência e dos valores.
O tecnicismo. Nada contra o trabalho da mulher e do pai fora de casa, mas, o sucesso empresarial pode causar o fracasso familiar. A pressa e o consumismo, fazem a gente morrer no trânsito. As próprias drogas são tecnologia a serviço do mal. Protegemo-nos tecnicamente contra o vírus HIV, mas estamos desprotegidos em relação aos valores e limites. Técnicas sofisticadas e a manipulação das palavras facilitam o aborto. Zelamos pelos ovos de tartaruga e sacrificamos embriões humanos. O desenvolvimento tecnológico, leva a ter mais, porém, não tem condições de ajudar o ser humano a "ser mais". É admirável o domínio do homem sobre a matéria. Foi-lhe dada a ordem de "cultivar e guardar" a terra (Gn 2,15). Não queremos degradar o progresso como também não pretendemos absolutizá-lo.
Esperamos que novas tecnologias inclusive o celular estejam a serviço da vida, do meio ambiente, do bem comum e da dignidade humana. Com um novo estilo de vida e uma mudança de mentalidade, haveremos de diminuir as desigualdades sociais e construir um mundo mais humano onde possamos viver como uma grande família, ou seja, um mundo de irmãos. A tecnologia deve estar a serviço da vida e da família.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina/PR